Vitorino Silva diz que democracia precisa de ser vacinada
O candidato presidencial Vitorino Silva afirmou hoje que a "democracia precisa de ser vacinada", insistiu no adiamento das eleições e alertou para "as golpadas" com os votos do idosos nos lares.
O candidato e fundador do partido Reagir, Incluir, Reciclar (RIR) cumpriu hoje o segundo de campanha oficial com uma dádiva de sangue no Hospital de São João, no Porto.
"Nem tenho medo de seringa, nem de vacinas. Também sou candidato para curar a democracia, a democracia neste momento precisa de ser vacinada", afirmou Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans.
Referiu ainda que "alguns provincianos de Lisboa" não queriam que tivesse "voz, vez e lugar" e que "quiseram calar gente que tem voz, gente que fala por todos".
"Para o cargo de Presidente da República qualquer um pode ser candidato, é o único cargo que quem passa o alvará é o povo e eu se estou aqui foi porque o povo me deu o alvará para poder ser candidato. Quiseram-me calar por má fé", sublinhou.
O ministro da Administração Interna apresentou no domingo as regras para as eleições presidenciais, como o alargamento do voto antecipado em mobilidade e o voto antecipado para idosos confinados em lares.
Vitorino Silva aproveitou para alertar para eventuais "golpadas", temendo que "haja muita gente que vote pelos idosos".
"Eu acho que é um erro e no dia, vamos ver, de certeza que vai haver muitas golpadas quando as pessoas forem nos lares e os diretores dos lares gostarem do Marcelo, Ana Gomes (...), pode ser que no lar onde haja 80 pessoas apareçam 80 votos iguais", referiu
Questionado sobre se acha que os idosos nos lares não deveriam votar, o candidato frisou que "podem votar", mas "deviam ser eles a votar".
Para o candidato, "a solução" era "adiar as eleições", reforçando uma ideia que defende, segundo frisou, desde setembro.
"Mesmo hoje digo, adiar as eleições. Os idosos tiveram presos este tempo todo, não puderam sair, não puderam sair no Natal, não puderam ter visitas da família e vão ter agora visitas no dia das eleições, de gente que não é família só para irem buscar o boletim de voto?", questionou.
E continuou: "temos que ser responsáveis e responsáveis com tempo, os políticos têm que pensar as coisas a longo prazo, andaram distraídos, falhas de principiantes. Os políticos deste país parecem uns principiantes".
Vitorino Silva disse ainda ter sido informado, durante uma reunião com a administração do Hospital de São João, que um pico da pandemia está previsto, precisamente, para a altura das eleições presidenciais, a 24 de janeiro.
"Está na hora de acordar, é preciso acordar para a vida porque é a vida de muita gente que está em jogo", frisou.
Na iniciativa de campanha realizada hoje, o candidato presidencial fez questão de dar sangue e um pouco da sua "coragem" para dar um exemplo aos portugueses que "têm receio" de ir aos hospitais por causa da pandemia de covid-19.
Concorrem às eleições de 24 de janeiro sete candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).