Coronavírus Madeira

Governo da Madeira anuncia novas medidas às 17 horas sem direito a perguntas

Albuquerque reserva declaração para o horário dos noticiários das televisões e da rádio pública

A entrada na Quinta Vigia é permitida exclusivamente às televisões e à rádio pública.
A entrada na Quinta Vigia é permitida exclusivamente às televisões e à rádio pública., ASPRESS

DIÁRIO acompanhará a comunicação do Presidente do Governo Regional nas plataformas digitais em dnoticias.pt

O presidente do Governo Regional vai anunciar pelas 17 horas de hoje, um pacote de novas medidas de restrição com o objectivo de conter o risco de propagação de Covid-19 na Madeira, confirmou o DIÁRIO junto da assessoria de imprensa da Quinta Vigia.

As novas medidas foram aprovadas em reunião extraordinária do Conselho de Governo, que teve lugar na manhã desta segunda-feira, encontro que já terminou pouco depois do meio-dia. 

Contudo, o anúncio oficial das novas medidas foi agendado somente para as 17 horas, de modo a coincidir com os directos das televisões e da rádio pública, no período horário dos noticiários - estratégia que vem sendo adoptada pelo executivo madeirense na comunicação de matérias ligadas à pandemia.

Como tal, o acesso à sede oficial da Presidência do Governo Regional é permitido apenas aos profissionais das estações de televisão e à rádio pública.

Para os restantes órgãos de comunciação social, será enviada uma nota de imprensa dando conta das novas medidas que visam travar o alastramento da infecção na Região, explicou fonte da Presidência.

Em todo o caso, não estão previstas perguntas após a declaração do chefe do executivo madeirense.

A transmissão será feita nas redes sociais do Governo Regional e acompanhada pelo DIÁRIO através do dnoticias.pt

O Governo da Madeira admite que se perspectiva o aumento de casos de covid-19 na Região, mas insiste em que a situação da pandemia está comprovadamente "controlada" e rejeita uma situação de rutura de serviços.

"Neste momento, o controlo da pandemia é evidente", disse o secretário regional da Saúde e da Proteção Civil numa entrevista por videoconferência à agência Lusa, argumentando que a região tem em internamento pouco mais de 50 doentes com covid-19, seis dos quais na Unidade de Cuidados Intensivos dedicada à doença no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.

Pedro Ramos afirmou que as estruturas de saúde da Madeira estão a conseguir "controlar todos os doentes covid, que estão a ser acompanhados pelas equipas médicas e de enfermagem", ou seja, a região "tem o 'staff' operacional nesse sentido".

A Madeira tinha na sexta-feira "50 cadeias de transmissão ativas". Segundo o secretário regional, já existiram "mais de 100, mas 61 foram extintas".

"Não posso mentir. As perspetivas, porque estamos a apanhar agora com os reflexos da quadra natalícia e, dentro de uma semana, com os do Fim do Ano, são de que haja um aumento do número de casos daqui a 15 dias", declarou o médico.

A Região Autónoma da Madeira registou nos primeiros sete dias do ano 619 novos casos de covid-19, o que representou até então 26% do total de diagnósticos positivos desde o início da pandemia, segundo uma análise aos dados oficiais.

"Devido a esta situação é que as medidas introduzidas em 04 de janeiro foram alteradas em 07 de janeiro, limitando a circulação de pessoas", sublinhou.

O executivo madeirense decretou para os fins de semana de 09 e 10 e de 16 e 17 de janeiro um recolher obrigatório que vigora entre as 18:00 e as 05:00, além do encerramento de comércio e restaurantes às 17:00. De semana, o recolher obrigatório tem início às 23:00.

Porém, Pedro Ramos admitiu que "se a evolução da pandemia for para números impossíveis de controlar", podem ser aplicadas "medidas mais agressivas e mais restritivas".

O responsável argumentou também que, de acordo com a análise efetuada pelo epidemiologista Baltazar Nunes para a Direção-Geral de Saúde, a Madeira "terá conseguido reduzir o seu número médio de contágio (Rt)" e "já está em segundo lugar a contar do fim" da lista das regiões, apresentando um valor de 1.21, embora tenha já tido 1.24.

"Mas, esta evolução dos concelhos de risco é muito variável de um dia para outro", vincou.

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