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Indonésia autoriza uso de emergência da vacina chinesa Coronavac

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O regulador de medicamentos da Indonésia deu hoje autorização para o uso de emergência da vacina da covid-19 produzida pela chinesa Sinovac Biotech em grupos de alto risco já no final desta semana.

"Com base nos dados e considerando a orientação da (Organização Mundial da Saúde), a [vacina] CoronaVac responde aos requisitos para obter autorização de uso", afirmou a diretora da Agência de Controlo de Alimentação e Medicamentos da Indonésia, Penny Lukito, em conferência de imprensa hoje realizada.

O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, adiantou que será a primeira pessoa a receber a vacina.

"Porque é que o Presidente será o primeiro? Não é uma questão de me colocar em primeiro lugar, mas de garantir a todos que esta vacina é segura", escreveu Widodo nas redes sociais.

A vacina foi autorizada para uso de emergência depois de as autoridades indonésias terem analisado os dados dos ensaios clínicos do Brasil, na Turquia e na Indonésia, países que participaram nos ensaios clínicos da fase III da vacina.

O Instituto Butantan do Brasil anunciou na semana passada que a vacina teve um nível de eficácia de 78% nos casos ligeiros e de 100% nas infeções graves e moderadas, com base em 220 casos de covid-19 de 13.000 voluntários.

Em dezembro, as autoridades turcas anunciaram uma taxa de eficácia de 91,25% na análise provisória de 29 casos, num ensaio com 7.371 voluntários.

Cerca de 12.450 voluntários, incluindo 1.500 profissionais de saúde, foram integrados nos ensaios clínicos da fase III.

A Indonésia fez os seus próprios testes clínicos de fase III da vacina com 1.620 voluntários, tendo os resultados anunciados hoje na conferência de imprensa indicado uma taxa de eficácia de 65,3%.

O mais alto órgão islâmico da Indonésia, o Conselho Ulema da Indonésia, anunciou na semana passada que a vacina é 'halal' - ou seja, é adequada para ser usada por muçulmanos -, abrindo caminho ao uso e distribuição do medicamento no país muçulmano mais populoso do mundo.

No entanto, alguns especialistas indicaram preferir esperar por mais dados dos testes clínicos, já que os dados que a Indonésia usou para autorização de emergência são apenas preliminares.

O Instituto Butantan de São Paulo, parceiro da Sinovac Biotech no Brasil, não divulgou alguns dados, como os resultados por idade e sexo ou o número de voluntários assintomáticos da amostra, o que muitos epidemiologistas exigem ver para avaliar se a injeção responde aos padrões de segurança.

As autoridades do Brasil garantiram que essas informações serão publicadas depois de o regulador de saúde brasileiro aprovar a vacina.

As autoridades da China e da Bolívia já emitiram autorização de emergência para a vacina CoronaVac, sendo que, segundo a entidade de saúde chinesa, já foram administradas no país cerca de nove milhões de doses, embora o número de pessoas vacinadas com a vacina Sinovac não tenha sido divulgado.

A Bolívia ainda não iniciou a vacinação com a CoronaVac.

Vários outros países que não estiveram envolvidos nos ensaios clínicos assinaram acordos ou estão em negociações para garantir doses da Sinovac Biotech, incluindo as Filipinas, Singapura, Ucrânia ou Bolívia.

A Indonésia regista mais de 828.000 casos do vírus, incluindo mais de 24.000 mortes desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.926.570 mortos resultantes de mais de 89 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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