'Bolada' numa juiz de linha desqualificou número 1 mundial
Djokovic pede desculpas pelo seu comportamento
O tenista sérvio Novak Djokovic, número 1 mundial, pediu ontem desculpas pelo seu comportamento no Open dos Estados Unidos, que lhe valeu a desqualificação no jogo dos oitavos de final com o espanhol Pablo Carreña-Busta.
"Peço desculpas ao US Open e a todos os que foram afetados pelo meu comportamento", escreveu Djokovic, na sua conta oficial do Instagram, acrescentando que "toda esta situação" o deixou "triste e vazio".
O primeiro cabeça de série explicou que já se inteirou da situação da juiz de linha que atingiu com uma bola, após sofrer um 'break' e ficar a perder por 6-5 no primeiro 'set', mostrando -se satisfeito com o que ouvi.
"Graças a Deus, ele está a sentir-se bem", prosseguiu o sérvio, mostrando-se "extremamente desolado" por lhe ter provocado "grande stress", embora garantindo que se tratou de uma ação "tão involuntária", mas também "tão errada".
Em relação à desqualificação, Djokovic afirmou que precisa de "fazer uma introspeção e trabalhar em cima desta deceção", de forma a que esta situação "sirva de lição" para o seu "crescimento como jogar e ser humano".
"Estou muito grato à minha família e à minha equipa por serem o meu apoio e aos meus fãs por estarem sempre presentes. Obrigado e sinto muito", finalizou Djokovic.
De nada valeram as desculpas
O sérvio sofreu no domingo a primeira derrota do ano, após um perfeito 26-0, ao acertar uma 'bolada' numa juiz de linha e ser desqualificado do Open dos Estados Unidos, em embate dos oitavos de final da prova.
Depois de sofrer o 'break' no 11.º jogo do primeiro 'set', ficando a perder por 6-5 com o espanhol Pablo Carreño-Busta, o número 1 mundial atirou uma bola para a linha de fundo, de costas, e esta embateu numa juiz de linha, que tombou.
O grande favorito à vitória na prova pediu, prontamente, desculpas, enquanto de abeirou da juiz de linha, que ficou momentaneamente em dificuldades, por ter levado com a bola na garganta, mas já nada havia a fazer.
De imediato, os juízes do encontro reuniram-se em pleno 'court', incluindo o árbitro do torneio Soeren Friemel, e, alguns minutos depois, o juiz de cadeira, Aurelie Tourte, comunicou a desqualificação do jogador sérvio.
Djokovic caiu, assim, pelo segundo ano consecutivo na quarta ronda do US Open, um ano depois de ter sido afastado na mesma fase pelo suíço Stan Wawrinka, ao desistir, lesionado no ombro esquerdo, quando perdia por 6-4, 7-5 e 2-1.
Desta vez, o sérvio, de 33 anos, era o grande favorito a um quarto triunfo na prova, depois de 2011, 2015 e 2018, até pelas várias ausências, nomeadamente do suíço Roger Federer e do espanhol Rafael Nadal.
Por seu lado, Pablo Carreño-Busta, que em 2017 foi semi-finalista da prova norte-americana, segue para os quartos de final, nos quais vai defrontar o vencedor do embate entre o belga David Goffin e o canadiano Denis Shapovalov.
"Foi um pouco chocante"
O tenista espanhol Pablo Carreño-Busta confessou que ficou um pouco chocado com a desqualificação do sérvio Novak Djokovic no Open dos Estados Unidos, por acertar com uma bola numa juiz de linha, mas afirmou que "regras, são regras".
"Foi um pouco chocante, não?", disse, em conferência de imprensa o 27.º jogador mundial, depois de receber o 'passaporte' para os quartos de final do US Open, num jogo que liderava por 6-5, com um 'break' de avanço, no primeiro 'set'.
"Se foi uma decisão justa? Bem, regras, são regras. O árbitro e o supervisor fizeram o que deviam, mas não é fácil fazê-lo", afirmou o tenista espanhol, que, em 2017, foi semi-finalista do 'Grand Slam' norte-americano.
A desqualificação de Djokovic, que abandonou Flushing Meadows sem falar aos jornalistas, não é habitual, pelos motivos que foi, mas já tem precedentes no circuito.
Em 2017, aconteceu ao canadiano Denis Shapovalov, que num jogo da Taça Davis acertou com a bola na cara do árbitro de cadeira, e, em 1995, ao inglês Tim Henman, que, em Wimbledon, acertou com a bola na cabeça de um apanha-bolas num jogo de pares.
O certo é que a desqualificação motivou uma ida ao arquivo e nem sempre o sérvio fica bem na fotografia.