Maioria das escolas em Portugal com má internet ou sem plataforma de ensino online em 2018
Relatório apresentado pela OCDE
Apenas um em cada três alunos em Portugal em 2018 frequentava escolas onde a internet era rápida ou existia uma plataforma de ensino online.
Apenas um em cada três alunos em Portugal em 2018 frequentava escolas onde a internet era rápida ou existia uma plataforma de ensino online, indica um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) ontem divulgado.
Em 2018, segundo o estudo hoje divulgado, apenas 32% dos estudantes portugueses frequentavam estabelecimentos de ensino onde velocidade da internet poderia ser considerada "suficiente", muito abaixo da média da OCDE que então se situava em 67,5%.
Estes resultados constam do relatório "Políticas Eficazes, Escolas de Sucesso", feito com base em inquéritos realizados em 2018, durante os últimos testes do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) da OCDE.
O relatório, que analisou 79 países e economias, questionou também os diretores sobre se tinham portáteis nas escolas.
Em Portugal, apenas 15% dos computadores existentes nas escolas eram portáteis, um valor novamente abaixo da média de 40% registada entre os países membros da OCDE.
Sobre a existência de plataformas de ensino online eficazes, apenas 35% dos diretores de escolas portuguesas responderam afirmativamente, numa altura em que mais de metade dos diretores da OCDE diziam já ter esse equipamento.
As carências de equipamentos informáticos tornaram-se mais evidentes este ano, quando a pandemia de covid-19 levou ao encerramento de todas as escolas em Portugal em março, obrigando à substituição do ensino presencial pelo ensino à distância.
Nessa altura, pais, professores e diretores alertaram para a existência de milhares de alunos sem acesso a computador ou internet.
O Governo anunciou então o programa "Escola Digital" que prevê a distribuição de equipamentos por alunos e professores, com uma verba estimada de 400 milhões de euros.
No arranque do novo ano letivo, o ministério da Educação garantiu que os primeiros 100 mil computadores seriam distribuídos durante o 1.º período letivo.