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Ideias para o futuro

O PS Madeira é o garante da transformação política e económica da nossa Região

Vivemos um mundo de incertezas, mas não podemos ter um futuro incerto. Esta crise sanitária expôs e intensificou uma série de crises que sempre existiram na nossa Região, mas que estavam escondidas debaixo de uma camada de propaganda e ilusões. E os sinais não são de agora e identificam-se bem num orçamento regional que alimenta continuamente o sector da construção, sem que isso crie sustentabilidade ou tenha efeitos reprodutivos na economia, a par de uma dependência excessiva do turismo e de uma clara incapacidade em propiciar as condições para uma diversificação da nossa base económica, numa sociedade que é demasiado desigual. Um modelo de desenvolvimento cheio de desequilíbrios, acentuados pelas alterações demográficas, que despovoam o norte e os concelhos mais rurais, com repercussões na decadência do sector primário e no aumento da nossa dependência. Por estas razões, somos uma das regiões mais fustigadas e onde a crise terá maiores consequências sociais, particularmente com o aumento do desemprego.

E não podemos, apenas, ter o desejo de respostas imediatas para acudir ao momento de aflição que tanta gente já vive. Temos de ser mais ambiciosos e, além da recuperação económica, temos de ser fazedores de futuro e criar um outro modelo de desenvolvimento, que proporcione um crescimento mais sustentado, mais resiliente, mais qualificado, com uma base económica mais diversificada. Para isso temos de aproveitar eficazmente os fundos europeus e o muito dinheiro que iremos receber. Não podemos inventar. Não podemos entrar em populismos estéreis, nem enganar os madeirenses e os porto-santenses, brincando à política, às alianças com a extrema-direita, ou com candidaturas à Presidência da República, como se isso trouxesse qualquer valia política para o caminho de recuperação que temos de encetar.

A recuperação da Madeira e a orientação dos fundos europeus, na minha opinião, passa por 5 pontos estratégicos muito concretos.

O primeiro é o do investimento na qualificação das pessoas e na diversificação da nossa base económica, melhorando a capacidade de atração de empresas e de investimento internacional, implementando estruturas tecnológicas e digitais, e apostando na Universidade da Madeira, devidamente financiada e com projeção nacional.

O segundo ponto é o da aposta definitiva e estruturante no ambiente, na preservação da nossa paisagem e recursos naturais, e na descarbonização da economia regional. Em linha com a estratégia “Green Deal” europeia e nacional, acredito que a Madeira pode ser também um exemplo na aposta das energias renováveis e temos todas as condições para ser um laboratório de inovação, fixar valor acrescentado, empresas e emprego.

Outro eixo estratégico fundamental é o mar, tendo um potencial económico enorme, que terá sempre de ter em conta as preocupações ambientais. Com os fundos europeus podemos colocar a Região na liderança nacional da inovação empresarial na economia azul sustentável, e aproveitar o Centro Internacional de Negócios e o registo de navios para trazer mais empresas, mas acima de tudo investimento altamente inovador, de empresas internacionais que querem testar soluções, por exemplo nas novas tecnologias oceânicas, na indústria do pescado, e nos serviços de shipping.

Num quarto ponto, temos de olhar para o despovoamento que está a acontecer, e aumentar a produção regional, pois há todo um território que temos de reaproveitar, adaptar, para criar novos empregos, fixar pessoas e consolidar as nossas comunidades, produzindo alimentos de forma sustentável.

Um último e quinto ponto, é o da modernização das infraestruturas que permitam melhorar a competitividade da região, e não sirvam apenas para deitar betão para servir clientelismos. Falo de investimentos nos aeroportos e portos da nossa Região, estruturantes para qualquer estratégia futura e que gerará sempre retorno económico. Mas não só, esta é a oportunidade de resolver os graves problemas de habitação, construindo nova habitação social, bem como adquirindo e reabilitando habitações para renda acessível. Isto para além do novo hospital que tem sofrido atrasos e revezes de forma incompreensível por parte do Governo Regional.

A Madeira não pode desperdiçar este momento e temos de nos mobilizar para aproveitar os fundos europeus que teremos de executar em muito pouco tempo. A política do passado não serve, pelo que temos de nos comprometer, no presente, numa luta contra o cancelamento do futuro. O mundo virou do avesso e estamos num ponto de viragem da história, cabendo a cada um de nós tomar posição. O PS Madeira é o garante da transformação política e económica da nossa Região, e é por essa razão que eu estou na política, para alterar o estado das coisas e não para manter o estado das coisas, e reafirmo que não irei recuar um passo que seja, porque não contribuirei para hipotecar a esperança.

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