CIP preocupada com atraso nas negociações entre Londres e Bruxelas
A CIP manifestou hoje "a maior preocupação" pelo atraso na negociação de um acordo sobre as relações futuras entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), que coloca as empresas perante riscos acrescidos "num momento de maior fragilidade".
Num comunicado hoje divulgado, a CIP -- Confederação Empresarial de Portugal refere que "as empresas estão alarmadas e apelam aos responsáveis de ambas as partes para que exista vontade política para concluir um acordo".
A CIP recorda que esta semana terá lugar a nona ronda oficial de negociações entre a UE e o Reino Unido, a última ronda negocial atualmente prevista e que precede o Conselho Europeu de 15 e 16 de outubro.
No comunicado, o presidente da CIP, António Saraiva afirma que "a CIP tem vindo a sublinhar, desde o início deste processo, a importância para as empresas de se chegar a um acordo razoável que permita proteger as relações comerciais entre a UE e o Reino Unido".
"Consideramos que ainda é possível chegar a um acordo razoável, em tempo útil, mas é necessária vontade política para que esse objetivo seja alcançado", acrescenta António Saraiva.
A organização patronal recorda que o estudo "Brexit: As Consequências para a Economia e para as Empresas Portuguesas", promovido pela CIP em 2018, concluiu que o Brexit terá um efeito negativo de 15% nas exportações portuguesas para o Reino Unido, mas que as perdas potenciais poderão chegar aos 26%, num cenário mais negativo, em que não exista acordo entre Reino Unido e UE.
Neste estudo é estimado um impacto negativo entre 0,5% e 1% no Produto Interno Bruto (PIB) português.
"As empresas e as economias estão já a enfrentar o impacto devastador da pandemia de covid-19 e não podem ser sobrecarregadas com mais uma situação que terá custos muito elevados", refere ainda António Saraiva.
A CIP e a BusinessEurope acreditam que é ainda possível alcançar um acordo que mantenha o essencial das relações comerciais, salvaguardando a igualdade de condições, mas que, para isso, é fundamental respeitar os compromissos anteriormente assumidos, para que exista confiança entre as partes, acrescenta o comunicado.