Detidas sete pessoas após ataque com arma branca em Paris
As autoridades antiterroristas de França detiveram sete suspeitos de orquestrar o ataque que feriu gravemente dois jornalistas da produtora de documentários PLTV, perpetrado junto ao edifício que albergou a redação do Charlie Hebdo.
Os dois jornalistas feridos não correm perigo de vida, segundo o primeiro-ministro, Jean Castex, que se deslocou ao local.
Ataque junto à antiga redação do Charlie Hebdo em Paris
Há quatro feridos a registar num ataque com arma branca
Sandra Ascensão Silva , 25 Setembro 2020 - 12:23
O suposto autor do ataque de hoje, que ocorreu cerca das 11h45 locais (10h45 em Lisboa), foi detido pouco tempo depois na Praça da Bastilha, a pouca distância, e cerca de uma hora depois, um segundo suspeito foi detido no metro.
A imprensa francesa noticiou que o principal suspeito é de origem paquistanesa e tem 18 anos, sendo conhecido das autoridades por pequenos delitos e posse ilegal de arma, e o segundo suspeito é de origem argelina e tem 33 anos.
Mais tarde, durante uma busca a uma das alegadas casas do principal suspeito do ataque, foram detidos mais cinco suspeitos, com idades compreendidas entre os 24 e os 37 anos, nos subúrbios de Paris.
A Procuradoria antiterrorismo de França assumiu a investigação ao ataque, abrindo um inquérito por "tentativa de homicídio relacionado com ato terrorista e organização terrorista criminosa".
A decisão, explicou o procurador, baseou-se em três factores: a localização do ataque, junto à antiga redação do jornal satírico, o momento, visto estar a decorrer em Paris o julgamento de cúmplices do ataque ao Charlie Hebdo, e a "vontade manifesta do autor de atentar contra a vida de duas pessoas".
Em breves declarações à imprensa quando visitou o local, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, afirmou a "firme determinação" do Governo de "lutar por todos os meios contra o terrorismo e "o seu compromisso inabalável" com a liberdade de imprensa.
Durante algumas horas após o ataque, a rua esteve bloqueada por dezenas de agentes policiais armados e a população foi instada a "evitar a zona".
As escolas da zona foram encerradas por precaução, e milhares de alunos foram confinados, medida que foi levantada ao princípio da tarde.
Em Janeiro de 2015, dois extremistas islâmicos mataram 12 pessoas num ataque ao Charlie Hebdo, que mudou depois de instalações para um local não revelado.