Albuquerque já fala em segunda vaga e diz que "não nos podemos fiar na sorte"
Miguel Albuquerque admitiu esta sexta-feira que o "aumento de casos na generalidade dos diferentes destinos geográficos" pode indicar que "parece existir uma segunda vaga" do novo coronavírus.
"Parece que a segunda vaga é uma realidade. Ainda ontem, no Reino Unido, o valor do número de infectados foi o mais alto desde Maio. A França teve um novo pico, a Holanda teve ontem um novo máximo de casos e Espanha vive uma situação muito complicada – ontem registou 10 mil novos infectados", referiu, algo preocupado, o presidente do Governo Regional da Madeira.
As declarações foram proferidas à margem das XI Jornadas do Médico Interno, que decorrem no Colégio dos Jesuítas, pelo que o chefe do executivo madeirense aproveitou para destacar o facto de "neste momento", termos na Madeira "uma situação de resguardo e controlo fruto do trabalho de múltiplos e variados profissionais na área da saúde, Protecção Civil e Administração Pública". Trabalho de prevenção profilático que "não acontece por acaso".
"Vivemos numa sociedade que ainda acredita no pensamento mágico, em milagres ou superstições, mas a nossa sociedade não funciona assim", vincou Miguel Albuquerque.
Não nos podemos fiar na sorte. Temos de prevenir e actuar com decisões baseadas na racionalidade e na ciência. Mantemos a Região num clima de estabilidade, confiança e controlo da pandemia. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira
A sustentabilidade financeira do SESARAM
Antes de concluir a sua intervenção na sessão de abertura destas jornadas, Miguel Albuquerque relembrou que “este Sistema Regional de Saúde que temos hoje é uma consequência da modernidade, mas sobretudo uma consequência de em 1976 termos conquistado autonomia política”.
Quando era pequeno, no Norte da ilha havia um médico, que era o Dr. Leonel, e no Porto Santo havia o Dr. Jardim. O Sistema Regional de Saúde não existia. Existia um conjunto de cuidados de saúde que eram precários e as pessoas morriam às vezes sem verem um médico. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira
O SESARAM tem por isso dois desafios pela frente: a sua "sustentabilidade financeira" e continuar a ter "óptimos profissionais integrados no sistema”. Daí que seja “fundamental” que dentro desta componente, o sistema de saúde “continue a ser atractivo”, ideia cimentada pela necessidade do executivo ter escalonado o subsídio de fixação médica, ao longo dos próximos três anos.