Vice-presidência acusa PS de faltar à verdade nas nomeações
A vice-presidência do Governo Regional emitiu um comunicado a contestar os dados do PS-M sobre nomeações de dirigentes e assessores do Executivo. Os socialistas afirmam que o GR já fez 468 nomeações desde o início do mandato e que anualmente os vencimentos do pessoal nomeado é de 21 milhões de euros.
Na resposta, a vice-presidência diz que "mais uma vez e, como vem sendo hábito, faltando à verdade, o PS-M ataca o Governo Regional lançando na opinião pública um número, supostamente relacionado com nomeações já realizadas, num exercício intelectualmente desonesto, que deturpa a realidade e dos factos".
"Uma vez que o processo das nomeações é absolutamente transparente e público", a vice-presidência elencou oito pontos na resposta aos socialistas.
1 – Sendo certo que, para uma salutar e respeitada vivência democrática, o papel das oposições é fundamental, convém nunca esquecer que assim é desde que haja seriedade e honestidade. Ora, não foi isso que, hoje, mais uma vez aconteceu com a acusação de que o Governo Regional já fez mais de 468 nomeações.
2 – Até à presente data, o número efetivo de nomeações para os onze gabinetes que compõem o XIII Governo Regional, composto por uma presidência, uma vice-presidência e nove secretarias regionais, foi de 165 pessoas nomeadas – menos de metade do distorcido e errado número apregoado pelo PS-M – sendo que assim foram indicadas com respeito ao Decreto-Lei nº 11/2012 de 20 Janeiro, que se aplica, na Região, com as necessárias adaptações e que determina a dotação máxima dos cargos de gabinete (adjuntos, secretárias, motoristas, técnicos especialistas).
3 – Como também já afirmado anteriormente pelo Governo Regional - sendo que voltamos a reiterar e repetiremos as vezes que forem necessárias - grande parte destas nomeações são meras confirmações de pessoas que já ocupavam os respetivos cargos no anterior governo, isto é, pessoas que já em 2019 eram também chefes de gabinete, adjuntos, técnicos especialistas, secretárias ou motoristas de gabinetes de membros do governo.
4 - Saliente-se que na Madeira existem já regras definidas em matéria de enquadramento do pessoal de gabinete, designadamente no que concerne à dotação máxima de determinados cargos (adjuntos, secretários pessoais e motoristas), tendo a dotação de adjuntos reflexos indiretos no número máximo de técnicos especialistas que não tenham vínculo público. Neste particular, assinale-se, por comparação, que na Região Autónoma dos Açores não existem quaisquer normas que limitem as nomeações destes técnicos especialistas.
5 – Já no que respeita ao projeto de resolução que o PS-M apresentou em maio passado e que foi hoje discutido na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, além do populismo e demagogia que o enferma, trata-se de uma proposta que é tecnicamente deficiente e muito pouco rigorosa, pois mistura o regime do pessoal de gabinetes com o de pessoal de direção superior da administração publica regional que, como se sabe, é nomeado por outra via e com enquadramento legal totalmente distinto.
6 - Esta confusão técnica, que procura desinformar e induzir em erro a opinião pública, é inaceitável, sendo que leva a que se formulem conclusões significativamente erradas como as apontadas pelo líder do PS-M, uma vez que nestas nomeações mistura-se pessoal de gabinete “genuíno”, com pessoal de cargos de direção superior da administração pública, que nada têm que ver com aqueles primeiros.
7 – Por fim, diga-se que, no mínimo, é curioso e muito estranho surgir o PS-M a acusar o Governo Regional de despesismo nesta matéria quando, na República, estamos perante o maior governo de sempre da história da democracia portuguesa, composto por 70 gabinetes, entre primeiro-ministro, ministros e secretários de Estado, sendo que, só este ano, consoante foi já amplamente divulgado na imprensa nacional, o governo PS já fez mais de mil nomeações para os gabinetes de ministros e secretários de Estado.
8 – Aliás, desde 2015, ano em que António Costa e o PS chegaram ao poder no Continente, que a despesa pública nacional com os gabinetes de governo, passou de 51,5 ME para 73,2 ME, que é o que custa, presentemente, o Governo da República aos cidadãos portugueses.