Tailândia pede à Interpol empenhamento na captura de herdeiro da Red Bull
O primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-ocha, pediu à polícia que coordene esforços com a Interpol para executar a ordem de detenção internacional do herdeiro da empresa Red Bull acusado de atropelamento mortal de um agente em Banguecoque, em 2012.
O chefe do Executivo pediu que, caso seja detido no estrangeiro, Vorayuth Toovidhya, 35 anos, seja extraditado para a Tailândia, para ser julgado por "condução perigosa" sob "o efeito de substâncias ilícitas", tendo provocado a morte de uma pessoa.
Prayut disse que espera receber notícias sobre o "alerta vermelho" à Interpol em menos de uma semana.
No final do mês de agosto um tribunal tailandês emitiu uma nova ordem contra Vorayuth após indignação popular pelo arquivamento do caso pela Procuradoria, em junho.
O descontentamento social pressionou as autoridades a retomar a investigação.
Vorayuth é um dos netos de Chaleo Yoovidhya, fundador da companhia Krating Daeng (Red Bull) na Tailândia e que se associou ao empresário austríaco Dietrich Mateschitz para lançar a marca de bebidas a nível internacional, em 1987.
No dia 03 de setembro de 2012, Vorayuth conduzia um Ferrari negro nas ruas de Banguecoque de madrugada quando colidiu contra o motociclo conduzido por Wichean Kilinprasert, polícia de 47 anos, e que foi arrastado por 100 metros.
Vorayuth pôs-se em fuga após o acidente.
De acordo com as investigações, o veículo circulava a 177 quilómetros por hora numa zona do centro da capital da Tailândia.
Wichean morreu no local, tendo o rasto de óleo do motociclo levado a polícia até à residência da família Yoovidhya que inicialmente declarou que o carro era conduzido pelo "assistente e motorista de Vorayuth".
O herdeiro da Red Bull reconheceu mais tarde que conduzia o Ferrari e que os testes que foram realizados na altura mostravam que se encontrava sob o efeito de cocaína e álcool.
As autoridades comprometeram-se a levar Vorayuth a tribunal, mas o acusado desrespeitou a citação judicial oito vezes, tendo sido, por isso, emitido um mandado de busca, em abril de 2017, quando o multimilionário se encontrava no estrangeiro.
O arquivamento do caso contra o herdeiro da empresa provocou uma vaga de indignação em todo o país, obrigando o governo a acionar uma comissão de investigação que determinou a reabertura do caso.
O procurador responsável pelo arquivamento apresentou a demissão e cerca de 20 polícias envolvidos na investigação enfrentam uma sanção ou expulsão da corporação.