Num discurso que começou por recordar anteriores líderes, dirigentes e militantes, o novo líder do PS-Madeira, consagrado neste XIX Congresso Regional, assumiu-se como "um guardião dos valores de um partido que não se deixa vergar".

Emanuel Câmara, com quem acompanhou em lutas difíceis, Paulo Cafôfo acrescentou que conta com o actual presidente da Câmara do Porto Moniz para ser um ponta de lança nas futuras lutas eleitorais.

Cafôfo agradeceu ao anterior secretário-geral, João Pedro Vieira, e anterior líder da Comissão Regional, Bernardo Trindade, um "socialista de corpo e alma", sem deixar de endereçar agradecimentos aos dois homens fortes da organização do Congresso, Sérgio Abreu e Miguel Iglésias.

O novo líder do PS-Madeira endereçou força aos socialistas açoreanos que vão à eleições no final de Outubro, bem como ao representante do PAICV, partido também na oposição em Cabo Verde.

A Olavo Câmara, cujas palavras críticas à recente liderança eleita e já neste Congresso, Paulo Cafôfo reconheceu o trabalho do ainda líder da JS, acreditando que tudo fará, e contará com os jovens para isso, para que a juventude mais bem preparada que os pais não tenham uma vida pior no futuro.

Cafôfo endereçou mensagem às mulheres socialistas, garantindo que trabalhará para estas terem não só iguais direitos, mas sobretudo oportunidades.

Aos deputados na República e na Região, pelo excelente trabalho, mas também ao maior activo do PS-Madeira, os autarcas eleitos ou não eleitos, acredita que tudo farão para ganhar as eleições de 2021.

Dando a cara por um projecto político que teve a maior votação de sempre, Cafôfo quer uma terra de oportunidades e uma terra que garanta mais transparência, sobretudo num período em que se quer sair do beco, e avançar por uma nova Madeira, advogando a união para uma mudança política regional.

No topo das prioridades do PS-Madeira, Cafôfo diz que é o desemprego, realidade que conhece desde novo pois o pai caiu no desemprego há mais de 30 anos, recordando o impacto social e o estigma da vergonha, mas sempre acreditando que era possível dar a volta.

Falando no desemprego, diz que se não formos capazes de salvar empregos será o maior drama, pois cria desigualdades, que foi a principal falha do PSD.

Miguel Albuquerque é um presidente em fim de linha, mas que não está preocupado pois sempre tem a possibilidade para arranjar lugar com os amigos do Chega ou no CDS, pois seguramente Rui Barreto terá um lugar para o seu comandante, pois o seu comandante arranjou muitos lugares para o CDS.

Cafôfo que acredita que o PS tem de ser forte e resiliente para conseguir ser poder na Madeira, para criar uma sociedade mais igualitária e justa, lutando por uma região que não tenha 81 mil pessoas em risco de pobreza, 26 mil em privação severa e 66% dos alunos a precisar de apoio da acção social.

"O caminho só pode ser um, o da esperança", disse, prometendo respeitar os princípios orientadores do PS, apontado cinco pilares que nortearão um futuro programa de governo.

Cafôfo anunciou uma agenda para o emprego e o crescimento que será apresentada em jeito de proposta de decreto legislativo regional na próxima quarta-feira na Assembleia Legislativa, que propõe um programa de recuperação com 165 milhões de euros a fundo perdido, particularmente direccionado para as empresas do turismo.

Concluiu que o grande desafio do PS-Madeira será garantir a Autonomia para todos os madeirenses e não apenas para o PSD, prometendo que os muitos fundos que virão para a recuperação pós-pandemia, cerca de 1.500 milhões de euros, terão de ter uma entidade idónea para fiscalizar a sua aplicação, proposta essa que irá também ser apresentada.

Sobre as Autárquicas, Cafôfo quer manter as actuais parcerias eleitorais, mas não descura outras coligações. O líder regional disse que sai do congresso com dois objectivos em mente, resgatar o futuro da Madeira e recuperar a região da crise das nossas vidas.