Jornadas Europeias do Património reforçam segurança sanitária e ganham espaço virtual
As Jornadas Europeias do Património (JEP), que se realizam nos próximos dias 25 a 27, sob o tema 'Património e Educação', já contam com perto de 500 propostas, todas com preocupação de segurança sanitária, muitas a decorrerem 'on-line'.
Segundo as inscrições feitas na página das jornadas, até às 00 horas de hoje, as propostas atingiam as 467, entre visitas orientadas e mostras virtuais, atravessando todo o território, do distrito de Viana do Castelo ao de Faro, do Funchal, na Madeira, a Ponta Delgada, nos Açores, envolvendo mais de três centenas de entidades, dos museus e palácios nacionais, às autarquias, estabelecimentos de ensino e diferentes entidades privadas.
Iniciativa conjunta do Conselho da Europa e da Comissão Europeia, as JEP congregam mais de 50 países e dezenas de milhares de atividades, para valorizar o património comum da Europa e promover a sua proteção.
O tema deste ano - 'Património e Educação' - visa destacar "a riqueza e complexidade" da relação entre ambos, através de múltiplas expressões, da literatura e das artes, aos monumentos, aos museus, aos sítios arqueológicos e às paisagens, como indica a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), coordenadora nacional das jornadas.
Este ano, a organização não põe de lado as "habituais iniciativas", como visitas guiadas, espetáculos ou exposições, mas apela à segurança sanitária, no contexto da pandemia, e sugere que se privilegie "todo o tipo" de ações "que possam ser fruídas 'online'".
O apelo foi ouvido por entidades como o Museu Monográfico de Conímbriga, que propõe a 'Festa do Mosaico', e o Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, que oferece a mostra "Para que o céu não nos caia em cima da cabeça", sobre "conteúdos identitários, culturais e patrimoniais, presentes nas [suas] colecções".
'A Criança em Roma: Educação e Lazer', do Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, é outra proposta 'on-line', que parte da "variedade e riqueza dos testemunhos arqueológicos e iconográficos" existentes, para "uma aproximação" à história da vida quotidiana da época.
O Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, a Mina do Lousal, em Grândola, a Porta do Relógio, no Redondo, e o edifício da Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior, antiga fábrica de lanifícios da Covilhã, são outras propostas de visita 'on-line', assim como a Rota do Românico, a partir de Marco de Canavezes, o Museu de Lamas, em Santa Maria de Lamas, Aveiro, o Portugal dos Pequenitos, em Coimbra, e a Rota Turística do Abade João, de Penacova à Figueira da Foz.
As actividades presenciais dominam, porém, a lista disponível, com mais de 400 inscritas. São gratuitas, mas exigem inscrição. Vão da visita guiada ao Núcleo Megalítico do Mezio, em Arcos de Valdevez, às abordagens multidisciplinares dos PADA Studios, no antigo parque industrial do Barreiro, aos percursos da cidade velha de Faro.
Entre as propostas já inscritas, encontra-se a abertura ao público da Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto, administrada pelo Museu Nacional de Soares dos Reis (MNSR), que promoverá visitas orientadas ao local "inusitado e inesperado", da rua de Costa Cabral.
Sob a tutela do MNSR desde 1952, a casa mantém-se como concebida pelo colecionador, com áreas "densamente cobertas por arte sacra e profana", pintura, escultura, cerâmica, têxteis e um imenso acervo de talha dourada.
Em Viana do Castelo, o centenário de nascimento do escritor Ruben A. (1920-1975) é assinalado com uma visita à sua casa no Carreço. A iniciativa parte do Centro de Estudos Regionais, e realiza-se no dia 26, quando passam 45 anos sobre a morte do autor de 'A Torre da Barbela' e 'O Mundo à Minha Procura'.
As iniciativas das JEP, em actualização permanente, podem ser consultadas aqui.