Conserveiras portuguesas e espanholas querem mais atenção da Europa
A Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe e a congénere espanhola defenderam hoje que os acordos de comércio livre da Europa com países terceiros devem considerar as especificidades do setor e a concorrência desleal de alguns países.
As duas associações ibéricas reuniram-se em Vila Nova de Gaia para tentar encontrar plataformas de entendimento necessárias para "fomentar e intensificar a competitividade dos setores da indústria de conservas de peixe de ambos os países, no contexto europeu e mundial", referem em comunicado conjunto divulgado após o encontro.
A Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) e a Asociación Nacional de Fabricantes de Conservas de Pescados (Anfaco-Cecopesca) consideraram que os acordos de comércio livre bilateriais da Europa com países terceiros devem ter em consideração a especificidade da indústria e a sua importância para as comunidades locais, assim como a concorrência desleal praticada por alguns desses países.
O presidente da ANICP, José Maria Freitas, considerou que existe "um conjunto de temas transversais à indústria dos dois países que se entrecruzam com as políticas europeias e que, por isso, exigem o empenho de todos para evitar constrangimentos ao desenvolvimento" dos dois mercados.
José Maria Freitas referiu concretamente "o abastecimento da matéria-prima em condições competitivas, especialmente no que respeita aos lombos de atum e à sardinha, a importância das ajudas comunitárias do próximo quadro 21-27 (...) e o reforço do controlo do cumprimento dos acordos bilaterais da Europa com países terceiros".
O secretário geral da Anfaco-Cecopesca, Juan Vieites, salientou que "a indústria conserveira tem um papel muito importante para ambos os países ao nível económico e social, quer pelas exportações, quer pelo emprego que gera, e que representa uma das principais fontes de subsistência para algumas comunidades ribeirinhas".
De acordo com o comunicado das associações, a reunião serviu também para "analisar as dinâmicas de sustentabilidade e de recuperação da lógica de fileira e de valorização e diversificação dos produtos do mar para a produção de conservas, enquanto aspetos fundamentais para o desenvolvimento coletivo, o que nem sempre é observado noutras geografias do mundo".
O encontro contou com a presença do eurodeputado Manuel Pizarro, a quem o presidente da ANICP pediu que defendesse "os interesses da indústria ibérica, no âmbito das suas funções no parlamento europeu".