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Bolívia e Venezuela são incumpridores na luta contra drogas

A acusação é dos EUA

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Os Estados Unidos colocaram hoje a Bolívia e a Venezuela na lista de países incumpridores dos compromissos de combate ao narcotráfico e ameaçou incluir também o México se este país não mostrar "avanços consideráveis" no próximo ano.

A decisão consta de um memorando enviado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao secretário de Estado, Mike Pompeo - e hoje divulgado -, que identifica um grupo de 22 países como produtores ou rotas importantes de drogas ilícitas.

A lista é constituída pelo Afeganistão, Bahamas, Belize, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Índia, Jamaica, Laos, México, Myanmar (antiga Birmânia), Nicarágua, Paquistão, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela.

"A presença de um país nesta lista não constitui necessariamente um reflexo dos esforços feitos pelos seus governos contra o narcotráfico, nem do nível de cooperação com os Estados Unidos", esclareceu Trump.

Ao analisar o desempenho dos países incluídos na lista, que pertencem sobretudo à América Latina e Caraíbas, Donald Trump referiu-se ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como um "ditador" e acusou-o de ser "o cabecilha do narcotráfico no hemisfério".

"O 'narcoregime' ilegítimo de Maduro deve ser responsabilizado na Justiça pelos seus crimes", afirmou o Presidente dos Estados Unidos, lembrando que, em março, o Presidente venezuelano foi acusado "por narcoterrorismo e conspiração para contrabandear cocaína para os EUA" e que o Departamento de Estado ofereceu uma recompensa de 15 milhões de dólares por informações que permitam a sua prisão ou condenação.

Relativamente à Bolívia, Trump assegurou que, embora a cooperação entre os dois países se tenha "intensificado" desde a renúncia do ex-Presidente Evo Morales, em novembro de 2019, o Estado boliviano "tem adotado medidas insuficientes para afastar os mercados lícitos de coca de exploração para fins ilícitos".

"O cultivo da coca continua a ultrapassar os limites legais estabelecidos nas próprias leis internas da Bolívia, para usos medicinais e tradicionais", referiu Trump no memorando da Casa Branca.

Os Estados Unidos reconhecem, no entanto, que a Bolívia tem feito "importantes esforços na intercetação de remessas de drogas" e que retomou os pedidos de extradição de traficantes de estupefacientes.

Sobre o México, Trump garantiu que se o Governo "não demonstrar um progresso considerável" na luta contra as drogas até ao próximo ano, enfrentará "um risco considerável" de entrar na lista dos países que "comprovadamente falharam o cumprimento dos seus compromissos internacionais para o controlo de drogas".

O Presidente norte-americano admitiu que, este ano, o seu vizinho aprovou reformas sobre o confisco de bens, realizou mais extradições de "perigosos traficantes de drogas" para os Estados Unidos e formulou uma estratégia antidrogas, mas considerou que, embora estes sejam sinais de progressos, "ainda há muito mais a ser feito".

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