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Mais de quatro milhões dos infectados no mundo são profissionais de saúde

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Mais de quatro milhões dos 29 milhões dos casos de covid-19 em todo o mundo são profissionais de saúde, afirmou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS), que apela aos governos para os proteger e manter em segurança.

"Globalmente, cerca de 14 por cento dos casos de covid-19 comunicados à OMS são profissionais de saúde, uma percentagem que atinge 35% em alguns países", afirmou o secretário-geral daquela agência das Nações Unidas, Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitindo que não é certo se foram infectados no trabalho ou em casa.

Por isso, a OMS dedica hoje o Dia Mundial da Segurança dos Pacientes aos profissionais de saúde, assinalando que "estão sujeitos a 'stress', exaustão, estigmatização e até violência" e salientando que "uma em cada dez pessoas que são hospitalizadas sofrem uma falha de segurança ou adversidade".

"Este é um problema de todos os países, sejam ricos ou pobres", afirmou Ghebreyesus.

Focando-se nos profissionais de saúde, a organização indica que a pandemia da covid-19 colocou "níveis extraordinários de 'stress' psicológico" sobre eles por estarem sujeitos a "ambientes altamente exigentes durante longos períodos, em receio constante de estarem expostos à doença, ao mesmo tempo que estão separados das famílias e em risco de serem estigmatizados" pelo resto das pessoas.

Num relatório recente da OMS, verificou-se que um quarto dos profissionais inquiridos revelou sinais de depressão e ansiedade e um terço sofre de insónia desde que começou a pandemia.

Aumentaram também os relatos de discriminação, violência física e insultos dirigidos a profissionais de saúde.

Os governos "têm a responsabilidade moral e legal de garantir a saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores do sector da saúde", defende a OMS, apelando a todos os seus membros para pensarem na segurança quer dos pacientes quer dos profissionais de saúde.

Pede que sejam criados "programas nacionais de saúde ocupacional e saúde" dos profissionais, que sejam protegidos da violência no local de trabalho e que se aposte na sua "saúde mental e bem-estar psicológico" e na protecção de "riscos físicos e biológicos".

"Nenhum país, hospital ou clínica pode manter os seus pacientes seguros se não mantiver seguros os seus profissionais de saúde", afirmou Tedros Ghebreyesus.

A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a mais de 941 mil pessoas e infectou mais de 29,9 milhões em todo o mundo desde Dezembro, segundo um balanço da agência AFP baseado em dados oficiais.

Em Portugal, morreram 1.878 pessoas dos 65.626 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em Fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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