Ana Gomes, Júlia Dória e Tiago Silva, alunos do 12.º ano da Escola B+S Bispo D. Manuel Ferreira Cabral, de Santana, desenvolveram o projecto ‘Microalgas e as Alterações Climáticas’ no âmbito do concurso Jovens Cientistas 2020, que acabou por ser seleccionado para a 18.ª Mostra Nacional de Ciência Virtual que decorrerá em Outubro.

O projecto foi desenvolvido no ano lectivo transato, sob orientação da docente Ângela Morais, em colaboração com as Professoras Nereida Cordeiro e Marisa Faria do laboratório de Microalgas da Universidade da Madeira. O projecto pretendeu cultivar microalgas e testar o seu poder biofertilizante em culturas de feijoeiro e mostrou que as microalgas podem ser facilmente cultivadas pela população e usadas como biofertilizante natural, promovendo um maior crescimento das culturas.

Este trabalho apresentou grande relevância científico-pedagógica, uma vez que foi ao encontro da realidade local. Os alunos envolvidos foram agentes activos no processo ensino aprendizagem, o que contribuiu para o seu sucesso escolar e para a formação de cidadãos proactivos e sensíveis às questões ambientais.

Uma vez que a referida Escola se encontra na Reserva da Biosfera de Santana, este projecto constituiu uma mais-valia na valorização dos recursos biológicos, demonstrando novas estratégias biotecnológica, ecológica e economicamente sustentáveis para o sector agrícola, importantes na minimização do problema actual das alterações climáticas.

O poder das microalgas

Recorde-se que as microalgas são seres microscópicos unicelulares que vivem principalmente em meios aquáticos, através da realização da fotossíntese, produzem maior quantidade de oxigénio, do que todas as florestas do planeta. As microalgas contribuem para minimizar as alterações climáticas pois fixam grandes quantidades de dióxido de carbono. A sua biomassa pode ser utilizada para a produção de biodiesel em alternativa aos combustíveis fósseis; assim como no tratamento de águas residuais. Atendendo ao elevado teor proteico que possuem, são uma alternativa à pecuária, actividade que liberta muito metano para a atmosfera. Têm ainda muita utilidade na indústria alimentícia, farmacêutica, cosmética, medicina e constituem uma alternativa aos fertilizantes químicos tão prejudiciais para o ambiente, permitindo a produção de alimentos de forma mais sustentável.