Madeira

Empresário alvo de “represálias, injúrias e ameaças” após denunciar aglomerado na Zona Velha

Pedro Ferreira vai instaurar processos "pelas vias legais" a quem o tem difamado

None

O assunto que 'borrou a pintura' da Zona Velha, no último fim-de-semana, ainda faz correr muita tinta. Isto porque o empresário e principal responsável pelo grupo Hipótese Boémia, Pedro Ferreira, assume que tem sido “vítima de represálias, injúrias e ameaças” após denunciar o aglomerado que se vislumbrou na Rua de Santa Maria, tanto através das redes sociais, como em queixas formalizadas no Comando Regional da PSP. Pedro Ferreira também acrescentou, através de comunicado enderaçado ao DIÁRIO, que agora é “apelidado de cubano caído de pára-quedas na ilha na Madeira”.

Ora, depois de “ter denunciado o que se passou na Zona Velha do Funchal e na Rua das Fontes derivado ao imenso aglomerado de pessoas e de não se estar a cumprir o que a lei exige”, como por exemplo “distanciamento social e interdição de bebidas alcoólicas na via pública”, o empresário esclarece que não tem “nem nunca” teve nada contra a PSP.

“Nunca eu na minha pessoa nem no nome da empresa fiz qualquer difamação aos agentes da autoridade, assim como à própria PSP ou qualquer outra autoridade. Mais informo que as pessoas que têm tentado mostrar o contrário, tentando difamar-me, tudo não passa de mentiras e calúnias”, indicou o empresário nortenho, garantido que esses mesmos “irão ser alvo de processos” que vai “instaurar pelas vias legais”.

Monte de pessoas na Zona Velha gera muitas queixas

Situação que se viveu este sábado à noite, na Rua de Santa Maria, já motivou uma reacção do presidente do Governo Regional

PSP encerrou estabelecimento do grupo no Caniçal

Em dia de concerto do cantor e músico madeirense Miro Freitas, em pleno DNA Lounge Club, no Caniçal, a PSP decidiu ordenar o encerramento do estabelecimento que faz parte do grupo Hipótese Boémia. Alegadamente, na base deste fecho forçado que aconteceu na última sexta-feira à noite, estaria o facto de algumas pessoas não estarem com a máscara colocada no interior do espaço.

“Um dos agentes disse que os meus clientes não estavam a usar máscara. Mas, as pessoas ao estarem a consumir não podem usar máscara”, explicou sobre o momento que levou 20 polícias ao DNA Lounge Club

“Eu concordei com o agente dizendo-lhe que isso não é responsabilidade do estabelecimento, pois a obrigatoriedade do estabelecimento é garantir que o cliente entra com a máscara, que desinfecte as mãos e que depois sigam toda a sinalética do espaço a consciencializar para que sejam seguidos e respeitados os passos que a actual conjuntura nos obriga.  Em momento algum a lei diz que temos de obrigar as pessoas a fazê-lo. O agente responde-me que tinha sido esse o motivo e que as discotecas deviam estar fechadas pois não tinham autorização para estar em funcionamento”, acusa por seu turno, Cristina Ferreira, braço direito de Pedro Ferreira, que interpelou a PSP no Caniçal.

“O que se passou este fim-de-semana na Zona Velha (Funchal) é uma vergonha”

Presidente do Governo volta a avisar para aquilo “que não pode continuar”

Segundo relata Cristina Ferreira, “o comissário entrou à paisana com uma senhora, de quem temos inclusive filmagem de estarem a consumir quando a casa ainda estava vazia, não tendo chegado a encher”.

“Tínhamos 62 pessoas dentro da casa, quando a limitação é 100, portanto estava muito longe da capacidade máxima, tendo sido esse um dos meus contra-argumentos. Se tivéssemos acima do limite da lotação, teriam todo o direito de fazer o que fizeram, agora um aparato destes com 20 polícias, sete carros e um fiscal que andou basicamente à procura de tudo e não encontrou nada que pudesse estar em inconformidade”, relata ainda.

Nós já sabíamos que ao levar o Miro Freitas ao DNA ia fazer com que muita gente se dirigisse ao espaço, mas exactamente por essa razão é que tínhamos três porteiros. Para assegurar que não íamos exceder o limite e que as coisas iriam correr bem, sem confusões. Nós estávamos a fazer as coisas de maneira responsável e chegam aqui sem qualquer consideração por sermos dos poucos estabelecimentos que fornece máscaras aos clientes quando estes não as trazem de casa, dos poucos estabelecimentos que cumpre com a regra de não puderem estar a consumir bebidas alcoólicas na rua e fecham-nos a casa sem motivo. Pedro Ferreira, grupo Hipótese Boémia

Ainda sobre o assunto, o empresário admite que havia pessoas a dançar sem máscara, mas "a verdade é que a lei deixa as coisas muito vagas", isto é, "dizem que temos de sensibilizar o cliente, mas não fazem qualquer referência a ter de dançar com máscara na pista de dança".

"Porém, o agente com quem falei insistiu que havia uma lei, que saiu recentemente, que eu posso me dirigir ao cliente e obrigá-lo a usar a máscara porque senão tem de sair do estabelecimento. Sendo eu uma pessoa que está sempre a par do que sai na legislação em relação a este assunto e procurando sempre cumprir a lei nunca ouvi falar de tal coisa", garante Cristina Ferreira.

Fechar Menu