Estados Unidos emitem novos avisos de viagem para China e Hong Kong
Os Estados Unidos emitiram hoje novo alerta para quem viaja para a China continental e Hong Kong, citando o risco de "detenção arbitrária" e "aplicação arbitrária das leis locais".
O alerta surge numa altura de renovadas tensões entre os dois países, que aumentaram desde que Pequim impôs em Hong Kong uma lei de segurança nacional, levando os EUA a aplicarem sanções à região semiautónoma.
Em comunicado, as autoridades norte-americanas advertiram os cidadãos do seu país que a China impõe "detenção arbitrária e a proibição de sair" do país como forma de obrigar a cooperar em investigações, pressionar os familiares a retornarem à China do exterior, ou influenciar em disputas e "ganhar poder de negociação sobre governos estrangeiros".
"Cidadãos norte-americanos que viajam ou residem na China ou em Hong Kong podem ser detidos, sem acesso a serviços consulares dos EUA ou informações sobre o alegado crime que cometeram. Cidadãos dos EUA podem ser submetidos a interrogatórios prolongados e detenção prolongada sem devido processo legal", lê-se no comunicado.
Em Hong Kong, a China "exerce unilateral e arbitrariamente o poder da polícia e da segurança", acrescenta a mesma nota.
As autoridades advertiram que a nova legislação também cobre crimes cometidos por não residentes de Hong Kong ou organizações com sede fora de Hong Kong, sujeitando cidadãos dos EUA que publicamente criticaram a China a "risco elevado de prisão, detenção, expulsão ou processo penal".
Na antiga colónia britânica, os cidadãos dos EUA são "fortemente advertidos a estarem cientes do espaço em seu redor e evitarem manifestações".
O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse hoje em conferência de imprensa que os EUA devem "respeitar totalmente os factos e não se envolverem numa manipulação política injustificada" ao emitirem tais avisos.
"A China sempre protegeu a segurança e os direitos legais dos estrangeiros na China, de acordo com a lei. A China é um dos países mais seguros do mundo", disse Wang.
"É claro que os estrangeiros na China também têm a obrigação de obedecer às leis chinesas", acrescentou.
No mês passado, o governo de Donald Trump suspendeu ou rescindiu três acordos bilaterais com Hong Kong, incluindo extradição e isenção de impostos, citando a violação de Pequim da sua promessa de que Hong Kong manteria ampla autonomia por um período de 50 anos, após a transferência da soberania para o domínio chinês, em 1997.
Outras nações ocidentais também suspenderam os seus tratados de extradição com Hong Kong após a aprovação da lei de segurança nacional.