Presidente da Assembleia Legislativa apela à cooperação das Regiões Atlânticas para fazer frente à pandemia
Os Presidentes da Assembleia Nacional de Cabo Verde e das Assembleias Legislativas da Madeira, dos Açores e Canárias, e os deputados que fazem parte do Grupo de Ligação das X Jornadas Parlamentares Atlânticas, reuniram-se hoje, por videoconferência, para discutir a proposta de Agenda para as Jornadas, que devem acontecer entre os dias 16 e 19 de janeiro, do próximo ano, em Mindelo, Cabo Verde.
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira abordou os números da Covid-19 na Região. “Temos 50 casos ativos, felizmente nenhuma morte”, começou por dizer.
“Desde cedo o Governo Regional da Madeira e também o Senhor Representante da República, que foi quem geriu na Madeira o Estado de Emergência, decidiram um conjunto de medidas que nos pareceram adequadas às circunstâncias, e mais avançadas até do que se registou no plano continental. Designadamente com quarentena para quem chegava à Região, com o encerramento de visitas aos lares e com outras medidas para manter a distância social”, referiu.
A Madeira entrou agora numa segunda fase, até ao final de setembro, onde é obrigatório o uso de máscara. Assim como nos Açores, “qualquer pessoa que chegue à Região ou chega com teste ou faz o teste no aeroporto”. Até ao momento já foram realizados mais de 100 mil testes, confirmou.
José Manuel Rodrigues falou da crise económica e social provocada pela pandemia, que “veio acentuar os problemas que são comuns às nossas Regiões.” A insularidade, a ultraperiferia, os transportes aéreos e marítimos, a grande dependência do turismo, os desequilíbrios territoriais e os custos de saúde mais elevados foram alguns dos problemas apontados pelo Presidente do parlamento madeirense ao referir-se às fragilidades das ilhas agravadas pela pandemia.
“Os nossos problemas comuns, das Regiões da Macaronésia, acentuaram-se, portanto tem de ser acentuada também a nossa cooperação”, solicitou José Manuel Rodrigues, que reconheceu que neste momento “estamos a gerir o desconhecido”. Por isso dirigiu o olhar crítico à União Europeia. “Acho que devia ter havido uma política mais concertada dos países da União Europeia no combate à pandemia”, tanto ao nível sanitário, como ao nível de “política única acerca da aviação” e da abertura de “corredores aéreos para as regiões turísticas”.
“O que queria é que nós, neste contexto, tendo problemas comuns que agora ficaram agravados, pudéssemos ser um exemplo de partilha, de solidariedade e de cooperação”, concluiu.