Protesto silencioso contra a Estrada das Ginjas faz-se barulhento
Grupo de cidadãos quer esclarecimentos sobre mudança da empreitada da Secretaria do Ambiente para a da Agricultura e questiona pelo estudo de impacto ambiental da obra em causa, uma vez que acontecerá em área protegida.
A intenção do grupo de cidadãos que organizou o protesto contra o asfaltamento da Estrada das Ginjas, e que aconteceu esta terça-feira, era que este fosse feito em silêncio. Nem todos concordaram. Dizendo-se livre, apesar dos apelos dos participante, um cidadão que se juntou à manifestação em frente à Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, não só se posicionou contra a empreitada prevista, como pediu a demissão de Miguel Albuquerque, para depois declamar o ‘Cântico Negro’ de José Régio. Para finalizar, a Alberto João que era entrevistado para a SIC no Golden Gate, ao lado da SRA, vociferou que o antigo presidente do Governo Regional foi responsável pelos “buracos desta terra”.
A manifestação, explicou aos jornalistas Marta Silva, uma das organizadoras, foi preparada por um grupo de cidadãos que se descola de qualquer partido político. Apesar disso, tanto o ex deputado independente Gil Canha, como o coordenador regional do Bloco de Esquerda, Paulino Ascenção, e ainda as deputadas socialistas Elisa Seixas e Sílvia Silva também quiseram marcar presença.
No total, cerca de duas dezenas de pessoas participaram no protesto, incluindo um homem alemão e uma mulher italiana, que vivem na Madeira há poucos anos.
Estes cidadãos insurgem-se contra a construção da estrada em alcatrão, afirmando que não se coaduna com a protecção da Laurissilva, e querem saber por que a empreitada em causa foi transferida da Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas para a Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Porque querem ser esclarecidos sobre esta alteração, bem como sobre o estudo de impacto ambiental da obra em causa, agendaram uma reunião com o secretário regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos: "viemos inquirir a secretaria da Agricultura, que actualmente tutela a obra, sobre a não divulgação de um estudo de impacto ambiental, obrigação legal em qualquer intervenção em paisagens protegidas e condicionante ao avanço da obra", explicou Marta Silva.