Aulas presenciais são “um risco calculado”
Na ‘Gonçalves Zarco’ direcção da escola diz estar a ser cumprido o distanciamento dentro e fora das salas de aulas
Contrariamente ao que a reportagem do DIÁRIO testemunhou no segundo intervalo (11h30) da manhã desta segunda-feira – primeiro dia de aulas para o 2º e 3º Ciclos na Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco - onde grupos de alunos aproveitaram os 10 minutos para espairecer sem o recomendado distanciamento nos espaços exteriores, a presidente do conselho executivo, Ana Cristina Duarte, considera que os alunos estão a manter o distanciamento dentro e fora da sala de aulas.
Argumentou com as questões organizacionais, como a implementação de “três grelhas horárias” separadas por 15 minutos para reduzir o número de alunos em simultâneo como medida determinante para que “não haja grandes ajuntamentos”, admitiu. Tanto que fez saber que foram criadas “equipas de professores e funcionários para ajudar os alunos nesta 1ª fase a saberem gerir e se orientarem dentro da escola de acordo com as novas regras”.
Só que depois, quando questionada se o distanciamento entre alunos fora da sala de aulas é condição impraticável, passou a ideia que na sua escola isso não se verifica e se ocorrer é prontamente corrigido.
“Estamos a garantir o máximo possível isso (distanciamento)” com “funcionários e professores nos pátios para garantir que eles têm os devidos distanciamentos”. Caso contrário, “se eles (alunos) se descuidarem, alguém os alerta para a boa prática”, assegura.
Não foi isso que vimos esta manhã. Grupos de alunos demasiado juntos e sem que fossem incomodados por quem quer que fosse. Terá sido este episódio a excepção?
À parte do controverso distanciamento em ambiente escolar, Ana Duarte revelou que a escola além de ter “plano de contingência com fundamento” feito com o apoio de equipa do projecto Saúde, tem também “plano de ensino à distância” preparada para três cenários: presencial, misto ou à distância.
Declarações prestadas durante a visita do presidente do Governo Regional. Quando Miguel Albuquerque chegou (12h15) os alunos estavam nas salas de aulas, por isso, nada de anormal no exterior.
Elogiou a “organização do espaço” e o “bom exemplo” da ‘Gonçalves Zarco’ e justificou mais esta visita a estabelecimento escolar, por considerar “pedagogia, mostrar ao público em geral, como é que se pode organizar um espaço com centenas de alunos”
Confiante que as regras são cumpridas e os espaços seguros, Albuquerque reconheceu que “as aulas presenciais são um risco, um risco que nós assumimos, mas temos felizmente contado com a colaboração, sobretudo a nível do ensino, dos professores, dos funcionários e dos encarregados de educação. Um risco calculado”, concretizou.