Madeira

Cidadãos voltam a manifestar-se contra pavimentação da Estrada das Ginjas

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Foto arquivo

O movimento de cidadãos convocou para amanhã, dia 15 de Setembro, um protesto silencioso contra a asfaltagem da estrada das Ginjas, em São Vicente.

O protesto está marcado para as 16 horas, em frente à Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e ocorre no seguimento das declarações feitas pelo secretário Humberto Vaconcelos que, na Sessão Solene do Dia do Concelho de São Vicente, deixou a garantia de que a asfaltagem da Estrada das Ginjas arrancará no início de 2021.

O protesto acontece precisamente um ano depois da primeira manifestação contra a asfaltagem da Estrada das Ginjas - promovida pela 'Despertar Madeira' a 15 de Setembro de 2019 - e que contou com a participação mais de meia centena de pessoas.

O movimento considera que "as razões para a pavimentação da estrada são dúbias", pelo que irá também entregar na ocasião uma solicitação de reunião com Humberto Vaconcelos para esclarecimentos e colocação de questões sobre esta obra.

"Nós somos um grupo de cidadãos madeirenses que se tem manifestado publicamente contra a pavimentação da estrada das Ginjas. É do conhecimento da opinião pública que a Floresta Laurissilva foi elevada a Património Mundial pela UNESCO em 1999, e é uma área protegida segundo as directivas europeias da Rede Natura 2000, desde 2007. É a única reserva natural em Portugal com este galardão conferido pela UNESCO".

A organização sublinha que "a construção desta estrada está a par com outros atentados ambientais que se perpetuam nesta Região" e defende que "a sobreposição do turismo e da indústria da construção em relação à preservação dos espaços naturais é contrária aos movimentos mundiais que cada vez mais, e com mais força, apelam à mitigação do impacto do homem nos últimos redutos de natureza selvagem".

Por outro lado, observa que "não devemos cair na falácia que a estrada servirá como corta-fogo, pois a existência de uma estrada não evitará a passagem das chamas e em última análise só facilitará o acesso de subprodutos humanos, externos ao sistema natural, que poderão facilitar a deflagração de fogos".

O movimento reconhece que "a construção de um acesso agrícola nos primeiros 1.100 metros de estrada é uma necessidade válida das populações locais e que deve ser tomada em conta", todavia insiste que "nada justifica a pavimentação da totalidade do caminho que eventualmente penetra num ecossistema frágil que deveria ser protegido".

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