Marcelo escusa-se a comentar apoio de António Costa ao presidente do Benfica
O Presidente da República (PR) escusou-se hoje a comentar o apoio dado pelo primeiro-ministro, António Costa, à candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica, alegando que ainda não falou com o primeiro-ministro.
"Sabe que eu, o que sei disso, é apenas o que veio na Comunicação Social e, portanto, o que sei, nomeadamente, foi a explicação que vi algures, não sei aonde, que o senhor primeiro-ministro deu à entrada ou à saída de uma reunião partidária. Ainda não falei com o senhor primeiro-ministro, portanto, não vou comentar nada", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem de uma visita ao lar de Martim Longo, no concelho de Alcoutim.
Perante a insistência dos jornalistas para comentar o que faria, num caso hipotético, se o próprio Marcelo Rebelo de Sousa quisesse apoiar alguém à presidência do seu clube, o chefe de Estado respondeu que "não queria comentar nada".
"Não falei ainda com o senhor primeiro-ministro e, sobretudo, porque não é uma questão hipotética, é uma questão concreta, é uma determinada pessoa, exercendo uma determinada função, em relação a um determinado acontecimento desportivo, num determinado momento histórico e num determinado contexto, portanto, não é possível fazer considerações teóricas sobre uma realidade concreta, eu espero receber o primeiro-ministro na audiência desta semana", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Após a visita ao lar Nossa Senhora da Conceição, em Martim Longo, Marcelo Rebelo de Sousa tem na agenda oficial um jantar com os presidentes de Câmara do Algarve num hotel de Alcoutim, pelas 20:00, onde espera inteirar-se de como os autarcas pensam reagir ao recente anúncio do Reino Unido de excluir Portugal do corredor aéreo que isenta os viajante de quarentena à chegada a território britânico devido à Covid-19.
"Quando tivemos a última reunião havia a esperança que se pudesse prolongar o corredor por mais uma semanas, porque havia marcações, havia reservas e expectativas muito boas para o mês de setembro, para uma série de eventos em outubro, nomeadamente o Masters de Golfe e a Fórmula 1 e, em novembro a prova de motos internacional [MotoGP], mas havia o medo que houvesse uma decisão inglesa desfavorável", disse o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa realçou que a decisão britânica de retirar Portugal do corredor aéreo verificou-se e aguarda pela reunião com os autarcas "para ver um bocadinho como é que eles medem os efeitos" da decisão.
"Porque eu pude ver ainda há dias que o efeito era muito bom de subida do turismo inglês e, agora, eles [autarcas] vão dizer-me quão maus são os efeitos desta decisão britânica", antecipou, acrescentando que quer "também perceber como vão reagir a isso, o que é que é possível fazer, supondo que não há uma alteração da situação nos próximos tempos".
O Presidente da República considerou que "era importante" haver uma reversão da decisão britânica que permitisse ao Algarve regressar ao corredor aéreo com o Reino Unido, sobretudo porque "já estão vendidos muitos milhares de bilhetes" para as prova de Fórmula 1 e "já esteva cheia a ocupação hoteleira um pouco por todo o Algarve".
"Vamos ver o que passa, vai depende de duas coisas, da frente diplomática e da evolução da pandemia", disse, reconhecendo que os dados de infetados divulgados hoje pelas autoridades de saúde portuguesas, acima dos 600, "não é uma boa notícia" porque se registou a um fim de semana, quando os números costumam ser menores do que nos dias de semana.