Costa diz que Portugal não tem de escolher entre economia e saúde
O secretário-geral do PS, António Costa, garantiu hoje que Portugal não tem de escolher entre a economia e a saúde, mas avisou que o país não pode correr o risco de voltar a parar porque o custo é "absolutamente insuportável".
"Ao contrário do que alguns dizem não temos de escolher entre a economia e a saúde, porque a nossa vida, a vida de cada um de nós é só uma. É uma vida que queremos saudável, mas também com as condições de vida para nós e para os nossos filhos, para as nossas famílias, para os nossos vizinhos, para os nosso colegas de trabalho, para os nossos concidadãos. Esta é uma batalha que temos de travar em conjunto e para isso, que não haja distrações: controlar a pandemia, recuperar o país, cuidar do futuro, estas são as três prioridades do PS", defendeu, salientando há que fazer deste combate à pandemia, um combate pela erradicação da pobreza.
No discurso de abertura do XIX Congresso da Federação Distrital do Porto, em Matosinhos, o líder socialista e primeiro-ministro, que voltou hoje a apelar ao uso da aplicação 'Stayaway Covid', sublinhou que o controlo da pandemia de covid-19 é fundamental se o país quer assegurar a proteção do rendimento das famílias, garantir o emprego e defender as empresas.
Reconhecendo que o país vai entrar agora num período "particularmente crítico", António Costa lembrou que, em março e abril, o controlo da pandemia teve enormes custos sociais, seja na aprendizagem das crianças, na perda de emprego, na diminuição do rendimento disponível das famílias em 'lay-off' ou em regime de acompanhamento aos filhos e para as próprias empresas, que é necessário não esquecer.
"Não podemos descurar a atenção. Nós temos, nas últimas semanas, vindo a ter um aumento significativo do número de contágios. As ferias são por natureza um momento de relaxamento, um momento de convívio, mas neste momento em que vivemos nós nem em férias podemos relaxar, temos de se muito cuidadosos no convício, como temos de ser quando voltarmos ao trabalho, quando tivermos de andar nos transportes públicos, quando tivermos de voltar à escola porque se nós tivermos de voltar a parar o país isso teria um custo absolutamente insuportável para a vida das famílias, para as empresas, para todos em Portugal" , defendeu, acrescentando que é um risco que o país "não pode correr".
O secretário-geral do PS salientou que para não correr esse risco é preciso que todos cumpram o seu papel: uso de máscara, distanciamento social e desinfeção das mãos, disse, realçando que esta é a melhor forma de os portugueses ajudarem os profissionais de saúde.
Num momento particularmente "dramático" em que o país está confrontado com a pandemia, as prioridades devem estar focadas, em primeiro lugar no controlo da covid-19, em segundo na recuperação do país e em terceiro lugar no futuro.
"Não nos podemos distrair, nem perder o foco. Aquilo em que nos temos de centrar é aquilo que mais preocupa hoje os portugueses, que os angustia e que o PS tem de dar resposta. É a necessidade de controlarmos a pandemia, para limitarmos o número de mortos, o número de infetados. É recupera o país para salvar as empresas que estão ameaçadas de falência, para garantir a proteção do emprego que está ameaçado e para voltarmos a criar emprego para empregar aqueles que perderam o emprego e aqueles que vão saindo todos os anos do sistema educativo e a quem temos de abrir as portas e dar a garantia que é em Portugal que podem construir o seu futuro", disse.
O secretário-geral do PS considera ainda que é necessário dar resposta aos que estão a sofrer de perda de rendimentos, e aos que sendo pensionistas ou pessoas dificuldades financeiras, hoje, por conta da pandemia, viram essas dificuldades acrescidas.
"Nós temos de fazer deste combate à covid, um combate pela erradicação da pobreza. Porque com pobreza não há melhor saúde, como sem saúde não havemos de recuperar da situação de pobreza", concluiu.