Apreendidos no Zimbabué 26 gorilas e chimpanzés
Pelo menos 26 gorilas e chimpanzés, retirados ilegalmente da República Democrática do Congo (RDCongo), foram apreendidos ainda vivos no Zimbabué e quatro suspeitos foram presos, disseram hoje as autoridades dos países.
O Ministério do Ambiente congolês também anunciou a apreensão, na quarta-feira, de 56 quilos de escamas de pangolins no Parque Nacional de Garamba, no nordeste da RDCongo, na fronteira com o Sudão do Sul e o Uganda.
"Havia cerca de 26 grandes macacos num só camião. Dois congoleses, um malauiano e um zambiano foram presos (...) na quarta-feira no posto de Chirundu", na frontera com a Zâmbia, disse Tinashe Farawo, porta-voz da Autoridade dos Parques e da Vida Selvagem do Zimbabué (Zimparks), citado pela agência France Presse.
"Levámos os macacos (...) com o objetivo de os repatriar para a RDCongo", acrescentou o porta-voz, adiantando que os alegados traficantes foram detidos durante uma operação de rotina e já foram levados à justiça.
Numa declaração, o ministro do Ambiente congolês, Claude Nyamugabo Bazibuhe, disse que a apreensão envolvia no total "32 espécimes de chimpanzés vivos da província de Haut-Katanga" no sudeste da RDCongo, na fronteira com a Zâmbia.
Os traficantes utilizaram documentos falsos para levar os animais para fora da RDCongo, através da Zâmbia, com o objetivo de chegar à África do Sul, mas foram presos à entrada no Zimbabué.
"A investigação continua (...) para identificar exatamente que espécimes" foram apreendidos no Zimbabué "antes de considerar a sua repatriação", acrescentou o ministro.
Na mesma declaração, o ministro indicava também que as escamas de pangolim apreendidas no Parque Nacional de Garamba "foram armazenadas na residência de um particular com vista à sua exportação" via Uganda para um "destino ainda não conhecido".
"Todos os grandes símios (gorilas, chimpanzés e chimpanzés-pigmeus) e pangolins estão totalmente protegidos", disse o ministro.
A RDCongo é um dos últimos refúgios do mundo para espécies de macacos ameaçadas de extinção, tais como os gorilas das planícies orientais e os gorilas de montanha.
O pangolim é o animal mais caçado por caçadores furtivos e traficantes em todo o mundo.
Suspeita-se que este pequeno mamífero de escamas tenha sido o hospedeiro intermediário para a transmissão do novo coronavírus dos morcegos aos humanos.
A China retirou os ingredientes derivados do pangolim da lista oficial de produtos da farmacopeia tradicional.
O mundo perdeu mais de dois terços das suas populações de animais selvagens em menos de 50 anos, principalmente devido à atividade humana, disse quinta-feira o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), num relatório chocante.