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Rede repatriava venezuelanos dos EUA e omitia protocolos de segurança

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As autoridades venezuelanas detiveram 12 pessoas e desmantelaram uma rede que repatriava venezuelanos desde os Estados Unidos, omitindo vários protolocos de segurança implementados devido à pandemia de covid-19, assim como a realização de quarentena.

O anúncio foi feito pelo procurador-geral da República, Tarek William Saab, durante uma conferência de imprensa transmitida pelo canal estatal "Venezuelana de Televisão" (VTV), onde explicou que eram efetuados voos de Miami (EUA) para Boa Vista (norte do Brasil) e depois usavam a fronteira comum entre o Brasil e a Venezuela.

"Foram presos em flagrante delito, por funcionários da Guarda Nacional Bolivariana [polícia militar] 12 membros de uma organização criminosa que promovia um pacote de viagens nas redes sociais", disse.

Segundo Tarek William Saab, os detidos "ofereceriam hospedagem, transporte, alimentação, salvo-condutos e testes rápidos para rastreamento da covid-19, pelo valor de 1.800 dólares [1.525 euros], desde Miami (EUA) até à República Bolivariana da Venezuela".

"O percurso consistia em passar uma noite na cidade de Boa Vista, no estado de Roraima, Brasil, e depois passar para a Venezuela, sem quarentena (da covid-19)", explicou.

Por outro lado, precisou que aos detidos foram confiscadas provas dos delitos que cometiam, entre elas formulários de testes da covid-19 emitidos por centros de saúde públicos venezuelanos, alguns deles em branco e outros com dados pessoais.

"Eram usados para a transferência ilegal de pessoas desde a fronteira com o Brasil. Além disso, nos telefones foram recolhidas evidências das ligações e transações económicas dirigidas ao tráfico ilícito de pessoas por trilhas do Brasil", disse.

Entre os detidos "estão quatro funcionários públicos, incluindo médicos e funcionários da Câmara Municipal de Santa Elena de Uairén [sul da Venezuela], que facilitaram essas ações criminosas".

"São acusados dos crimes de corrupção própria, obtenção ilegal de lucro, tráfico ilegal de pessoas e associação para cometer delito", explicou.

Na Venezuela estão confirmados 55.563 casos de pacientes com a covid-19, que causaram 444 mortes, enquanto 44.435 pessoas recuperaram da doença.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais foram restringidos (desde 12 de março) até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 898.503 mortos e infetou mais de 27,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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