Alta comissária da ONU saúda Maduro por indultar opositores
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, saudou hoje a decisão do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de indultar opositores, incluindo políticos venezuelanos, presos, no exílio ou sob medidas judiciais.
Entre os beneficiários estão também sindicalistas e ativistas sociais acusados de diversos crimes.
A medida foi anunciada quando faltam 97 dias para as eleições legislativas marcadas para 06 de dezembro, nas quais grande parte da oposição já disse que não participará.
Muitos observadores consideram esta atitude de Maduro é uma tentativa de legitimar o sufrágio.
Michelle Bachelet sublinhou que, com a decisão de Maduro, encerram-se os processos penais abertos contra os indultados e é-lhes concedida liberdade incondicional.
"A medida vai beneficiar muitos deputados que perderam a imunidade parlamentar, bem como assessores e outros políticos", acrescentou.
"Valorizo esta decisão como um passo significativo nos esforços para abrir o espaço democrático e melhorar a situação dos direitos humanos no país", disse a alta comissária.
Michelle Bachelet, ex-Presidente do Chile, anunciou que o órgão que dirige continuará a apoiar os processos de libertação e fortalecimento institucional no campo dos direitos humanos na Venezuela.
Maduro indultou na segunda-feira mais de 40 deputados opositores e presos políticos, entre eles o politólogo luso-venezuelano Vasco da Costa, que se encontrava detido desde abril de 2018.
Entre os indultados encontram-se vários colaboradores do líder opositor, Juan Guaidó.
O anúncio do indulto presidencial foi feito pelo ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, através do canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV).
Segundo o ministro venezuelano, os indultados poderão participar livremente nas eleições legislativas previstas para 6 de dezembro.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou no domingo que iniciaria uma semana de diálogo nacional, que teria como tema central as próximas eleições legislativas.