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Ministra da Informação libanesa anuncia demissão

Foto EPA
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A ministra da Informação libanesa, Manal Abdel Samad, anunciou hoje a demissão do cargo, num breve discurso transmitido pela televisão local, e pediu desculpas aos libaneses pelo "enorme desastre" em Beirute.

Esta é a primeira baixa no Governo libanês após a explosão que provocou pelo menos 158 mortos, 6 mil feridos e dezenas de desaparecidos, e que aconteceu num armazém onde, segundo o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, estavam 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas, durante seis anos, "sem medidas cautelares".

Perto de 160 mortos e mais de 6 mil feridos em Beirute

Milhares estão hoje concentrados no centro de Beirute para pedir contas às autoridades sobre as explosões; manifestação resultou em confrontos

Agência Lusa, 08 Agosto 2020 - 16:50

"Após o enorme desastre em Beirute, apresento a minha renúncia [ao cargo] do governo", disse Abdel Samad, num breve discurso, transmitido pela televisão e citado pela AFP.

"Peço desculpas aos libaneses, não correspondemos às vossas expectativas", acrescentou, justificando a decisão com a falha do governo em fazer as reformas necessárias e com a explosão que abalou a capital de Beirute, na terça-feira.

No sábado, milhares de manifestantes libaneses revoltados com a classe política, acusada de corrupção, incompetência e negligência após a explosão, marcharam pelo centro de Beirute e invadiram os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Energia, acabando por ser retirados pelo exército.

Segundo a Cruz Vermelha libanesa, 130 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre a polícia e os manifestantes, 28 das quais tiveram de ser transportadas para o hospital.

Ainda no final da tarde de sábado, num discurso difundido pela televisão, o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, afirmou que "apenas eleições antecipadas podem permitir uma saída da crise estrutural" e apelou "a todas as partes políticas que se entendam sobre a próxima etapa", afirmando estar "disposto a continuar a assumir (...) responsabilidades durante dois meses até que cheguem a acordo".

O chefe do Governo acrescentou que vai submeter na segunda-feira a sua proposta ao Conselho de Ministros.

Hoje, realiza-se uma videoconferência de doadores para o Líbano, coorganizada pelas Nações Unidas e pela França.

A explosão no porto de Beirute criou uma cratera com 43 metros de profundidade, segundo avaliações feitas por especialistas franceses em pirotecnia enviados para o local, e reveladas hoje por fonte da segurança libanesa.

França ofereceu apoio logístico ao Líbano, incluindo para a investigação à explosão, e enviou forças de segurança, equipas de busca e ajuda médica.

O American Institute of Geophysics (USGS), com sede na Virgínia, revelou ter registado a explosão como um terramoto 3,3 na escala Richter.

Carga que originou explosões em Beirute era portuguesa

Encomenda de 2,7 toneladas de nitrato de amónio apreendida pelas autoridades libanesas foi substituída por outra remessa

Agência Lusa , 09 Agosto 2020 - 12:33

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