Apenas cinco de 33 companhias de cruzeiros já reiniciaram actividade
A indústria dos cruzeiros está a ter um 2020 para esquecer, abalada pela crise da pandemia da covid-19, ao ponto de até agora apenas cinco das 33 companhias de cruzeiro de mar terem já reiniciado as operações, com enormes dificuldades.
A grande maioria das companhias prevê reiníciar operações entre Setembro e Outubro, mas há alguns que apontam a Novembro e, inclusive, há uma companhia que só vai retomar as rotas previstas quase uma no após a paralisação.
Assim, as cinco que já retomaram as operações, contam-se a AIDA Cruises, a TUI, a SeaDream, a Ponant e, ainda, a Hurtigruten. Esta última companhia enfrenta neste momento o drama de um recomeço acidentado, uma vez que a bordo de um dos seus navios, o 'MS Roald Amundsen', já foram detectados 62 casos positivos de covid-19.
"As viagens (de cruzeiro) não foram afectadas pela temporária suspensão dos cruzeiros de expedição", informa a companhia que tem 18 navios na sua frota, sendo este 'Roald Amundsen' foi acrescentado em 2019. "A embarcação de última geração apresenta tecnologia híbrida nova e ambientalmente sustentável que reduzirá o consumo de combustível e mostrará ao mundo que a propulsão híbrida em navios de grande porte é possível", refere sobre o navio, agora, nas bocas do mundo pelas piores razões, depois de em Março e Abril, após restrições nos portos e aeroportos do mundo, além de centenas de casos a bordo de alguns navios de cruzeiro, terem levado à paralisação total de uma indústria que estava em contínua ascenção há já alguns anos.
Também a AIDA emitiu um comunicado a 3 de Agosto, no qual esplica que apesar de "os conceitos e certificações para o reinício da operação de cruzeiro terem sido desenvolvidos e confirmados com sucesso pelas autoridades responsáveis" e "ao contrário das nossas expectativas, a aprovação formal final para o início das viagens de curta duração a partir de 5 de Agosto de 2020 pelo nosso país de bandeira, Itália, ainda está pendente". Por isso, "infelizmente, temos que cancelar as viagens planeadas com o 'AIDAperla' e o 'AIDAmar' com datas de partida entre 5 e 12 de Agosto de 2020", informou em comunicado.
Assim, a MedCruise, associação de portos de cruzeiro no Mediterrâneo e mares adjacentes, incluindo 74 administrações portuárias, tais como a APRAM, que gere os portos do Funchal e do Porto Santo, tem divulgado uma actualização dos prazos previsíveis de retoma. A mais recente foi esta sexta-feira, na qual pelo menos 85% da indústria não planeia retomar antes de 15 de Agosto, mas a maioria só em Setembro, Outubro ou Novembro. A Celestyal Cruises só retomará actividade a 6 de Março de 2021.
Recentemente, a 5 de Agosto, também a CLIA - Associação Internacional de Companhias de Cruzeiro que representa 95% da indústria, anunciou que os seus membros "concordaram em suspender voluntariamente as operações de cruzeiros nos EUA até pelo menos 31 de Outubro de 2020", estendendo o prazo anterior que ia até 15 de Setembro, que ia na mesma linha da suspensão de embarques imposta pelo Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) norte-americano até 30 de Setembro".
Uma medida considerada "prudente" para todas as operações de cruzeiros oceânicos dos EUA. O que significa que uma das principais fontes de receita da APRAM, as escalas de transatlânticos da Eurpa para os EUA e do outro lado do ocenao para este lado, estão suspensas. "Esta é uma decisão difícil, pois reconhecemos o impacto esmagador que essa pandemia teve na nossa comunidade e em todos os outros sectores. No entanto, acreditamos que essa acção proativa demonstra ainda mais o compromisso do sector de cruzeiros com a saúde pública e a disposição de suspender voluntariamente as operações no interesse da saúde e segurança públicas, como ocorreu duas vezes antes. Os membros da CLIA continuarão a monitorizar a situação com o entendimento de que revisitaremos uma possível extensão adicional até 30 de Setembro de 2020. Ao mesmo tempo, se as condições nos EUA mudarem e se tornar possível considerar viagens curtas e modificadas, consideraríamos uma reinicialização anterior", aponta.
Actualmente, assiste-se a uma rota directa entre a América e a Europa de navios de cruzeiro que tinham ficado presos do outro lado, mas apenas com tripulação essencial. Uma vez que na Europa a retoma tem vindo a ser gradual e, por exemplo, os portos da Madeira e dos Açores não permitem as escalas, mesmo que técnicas, para desembarque de tripulantes de navios de cruzeiro, assiste-se a esta rota sem porto seguro, a não ser o destino. Neste preciso momento, nas águas portuguesas e entre a Madeira e os Açores, navegam o 'Norwegian Epic', o 'Norwegian Spirit' ou, ainda, o 'Seven Seas Explorer' rumam a Gibraltar.