Costa do Marfim apresenta "exército verde" para combater crimes florestais
A Costa do Marfim apresentou ontem, na capital, Abidjan, o seu primeiro "exército verde", uma brigada de 650 soldados destacados para combater a desflorestação e o crime florestal.
A Brigada Especial de Vigilância e Intervenção (BSSI, na sigla francesa) é "uma unidade sem precedentes na história" da Costa do Marfim, afirmou o ministro da Água e Florestas costa-marfinense, Alain Richard Donwahi, citado pela agência France-Presse, na cerimónia.
A BSSI deverá "liderar a luta contra todas as formas de crime relacionadas com as florestas, vida selvagem e recursos hídricos".
Os oficiais de comando e seus inferiores hierárquicos adotaram o lema: "a floresta é sagrada, devo protegê-la e comprometer-me a defendê-la, mesmo correndo risco de vida".
Em 25 de julho, as autoridades costa-marfinenses apresentaram os resultados de uma ambiciosa operação de plantação de mais de cinco milhões de árvores em 2020, pretendendo combater a desflorestação. No ano passado, a Costa do Marfim tinha já plantado mais de um milhão de árvores.
Principal produtor mundial de cacau, representando 40% do mercado, a Costa do Marfim viu a sua superfície florestal diminuir drasticamente nos últimos 60 anos.
Em 1960, a Costa do Marfim contava cerca de 16 milhões de hectares de floresta, uma área que chegou a baixar até aos três milhões de hectares, segundo números oficiais.
Esta desflorestação deveu-se, em parte, ao desenvolvimento das plantações de cacau.
Para a perda da cobertura florestal contribuíram ainda o aquecimento global, as catástrofes naturais, o empobrecimento do solo e a migração da população.
As novas políticas florestais costa-marfinenses pretendem recuperar "seis milhões de hectares até 2030".