Rali Vinho da Madeira Desporto

Superstições, rituais e curiosidades sobre os concorrentes do rali

Roupa interior, relógios e mascotes… conheça algumas histórias dos intervenientes do Rali Vinho da Madeira 2020

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Foto DR

São actos que se repetem ao longo da vida e que, para cada um, tem um significado especial. Acaba por ficar enraizado, fazendo crer que dá sorte ou afasta o azar. Ou é, simplesmente, um gesto de conforto.

Conheça algumas curiosidades sobre pilotos e co-pilotos desta 61.ª do Rali Vinho da Madeira (RVM).

Capacete com história(s)

Victor Calado leva no seu capacete parte da história da sua carreira no automobilismo. Em destaque está a famosa frase de Colin McRae “If in doubt, flat out” (na dúvida, ‘prego’ a fundo). Tem ainda excertos de notas de classificativas dos Açores, campeonato onde participou na época passada, o nome dos elementos da equipa, e três estrelas com as datas referentes aos campeonatos absolutos que conquistou como navegador (2010, 2012 e 2018), no Campeonato de Ralis da Madeira.

No capacete está também a sua mascote desde sempre, o Marsupilami, personagem de banda desenhada franco-belga. Neste regresso ao RVM, ao lado do piloto João Silva, Victor Calado encontrou um cantinho especial para Marsupilami. O boneco também vai “fazer” o rali no Skoda Fabia R5 Evo.

150 ralis com o mesmo relógio 

O relógio foi oferecido pela mãe, quando fez 18 anos e desde então tem acompanhado Bruno Magalhães em todas as provas. “Fiz os ralis todos da minha vida com ele. Já lá vão 150 ralis”, revelou o piloto que tem uma ligação especial ao RVM:

“O meu primeiro rali no campeonato nacional foi na Madeira, já lá vão 21 anos. Foi um sonho, com 19 anos e logo a estrear-me num rali destes. Desisti no último troço, parti os pernos numa roda, numa travagem no Chão da Lagoa e de repente travei e uma roda continuou. Foi um desgosto na altura, estávamos a fazer um bom rali, creio que estávamos em terceiro ou quarto do grupo N. O meu pai também fez esse rali. Ficámos todos tão tristes com o que tinha acontecido que no rali a seguir o meu pai deu-me o carro dele, o Mitsubishi, que era muito melhor do que o meu, o Escort. Eu comecei a correr e ele deixou de correr.”

O abraço do pai antes de ir para a estrada

João Silva tem sempre muito apoio por parte da claque ‘Yellow Power’ formada por familiares e amigos da equipa que acompanham o piloto nas provas. Mas na hora de ir para a estrada tem direito a um abraço especial. A última pessoa de quem se despede é do seu pai. Foi um ritual que ficou e que procura cumprir.

Miguel Nunes e o segundo 13

Miguel Nunes não se considera supersticioso mas revela uma ‘mania’ que acabou por adquirir, embora não o faça em todos os ralis. “Eu gosto do número 13, por isso, havia uma altura em que engrenava a primeira, quando estávamos para arrancar para os troços, no segundo 13. Mas nem sempre faço isso.”

A roupa interior de Inês Ponte

Inês Ponte começou a fazer ralis aos 16 anos e desde então iniciou uma superstição: “Usava sempre a mesma roupa interior nos ralis, devidamente lavada após cada prova (risos).” Mas depois do acidente que sofreu ao lado de José Pedro Fontes, em 2017, o ciclo foi interrompido. “Tiveram de cortar tudo, no hospital. Eu ainda implorei para não o fazerem, mas era impossível e deitaram fora. O acidente foi um susto, pensei que não poderia voltar mais e que iria ficar com lesões para o resto da vida. Mas felizmente recuperei milagrosamente, os médicos não sabem bem como, e não tenho qualquer mazela”.

No regresso à competição, Inês Ponte voltou a dar continuidade ao ritual da roupa interior, agora com outras peças, mas seguindo a mesma ‘tradição’.

Bater à porta para ir à casa de banho

A co-piloto revelou ainda uma curiosidade sobre a sua participação nas provas. “Durante as classificativas, as mulheres têm sempre mais problemas quando precisam ir à casa de banho. Na Madeira já aconteceu várias vezes bater à porta de alguém e pedir para usar a casa de banho, porque nem sempre há uma árvore ou um sítio ao ar livre que facilite o processo. As pessoas ficam surpreendidas, mas até hoje nunca me negaram entrada (risos).”

Imagem de protecção

Rui Rodrigues faz, este ano, o RVM ao lado de Pedro Coelho. O navegador tem uma imagem que lhe foi oferecida antes do RVM 2012 e que o acompanha desde então, em todos os ralis e na vida.

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