Grupo Pestana avisa que não vai obter níveis de lucro em 2020 e 2021
O Grupo Pestana não deverá cumprir os rácios de lucro previstos para 2020 e 2021, devido ao impacto da pandemia de Covid-19 na indústria hoteleira. É o que se conclui da convocatória da assembleia geral dos titulares de obrigações emitidas em 2019 (empréstimos no valor de 60 milhões de euros), que foi divulgada hoje e que se deve realizar a 9 de Setembro, no Pestana Palace Hotel Lisboa.
A convocatória para a referida reunião, assinada
pelo presidente da assembleia geral, Francisco Costa, apresenta um único
ponto na ordem de trabalhos: deliberar sobre a dispensa de cumprimento pela
empresa-mãe do Grupo Pestana dos rácios financeiros relacionados com o EBITDA [lucros
antes de juros, impostos, depreciação e amortização] relativamente aos anos de 2020 e 2021. Esta proposta foi apresentada
pelo conselho de administração da empresa sediada no Funchal. O documento
explica que esta autorização é necessária dado “o impacto da pandemia do
Covid-19 na actividade da Sociedade e consequentemente nos seus rácios
financeiros relativos ao EBITDA durante o ano de 2020”, “da elevada probabilidade desse
impacto se manter, ainda que mitigado, durante o ano de 2021” e “da incerteza da evolução da pandemia e dos efeitos
negativos de uma potencial segunda vaga no sector do turismo”. A título
exemplificativo, aponta dados da redução da actividade hoteleira geral verificada
no primeiro semestre de 2020 em dois dos principais mercados em que opera o
Grupo Pestana: quebras de 58,5% (3,9 milhões de hóspedes comparativamente a 9,4
milhões de hóspedes no período homólogo de 2019) em Portugal e de 62,35% (42,3
milhões de hóspedes nos primeiros cinco meses de 2020 comparativamente a 112,3
milhões de hóspedes no período homólogo) em Espanha.
O Grupo Pestana refere que “tem vindo a
acompanhar a evolução da Covid-19 e adoptou um conjunto de medidas (…) com
vista a mitigar os efeitos da pandemia nas suas operações e assegurar a protecção
e segurança dos seus clientes em todos os momentos”. Ainda assim, admite
que a pandemia “teve um impacto significativo
nas suas receitas operacionais e, consequentemente, nos seus rácios
financeiros, que se continuará a fazer sentir dada a redução expressiva do
turismo nacional e internacional”.