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Sindicato dos correios rejeita críticas de Trump e adiamento da eleição

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O sindicato de trabalhadores dos serviços postais dos Estados Unidos acusa o Presidente do país, Donald Trump, de tentar "demonizar" os correios e rejeita a possibilidade de adiamento das eleições, num comunicado de imprensa enviado à Lusa.

Na nota, o sindicato afirma que "a tentativa contínua [de Donald Trump] de desacreditar o voto por correio e de demonizar os trabalhadores dos correios é um erro e abre um caminho perigoso em direção à ditadura".

Para o sindicato, que representa 200 mil funcionários e aposentados dos correios dos EUA, os "ataques furiosos" de Donald Trump chegaram a "um novo patamar" com "acusações infundadas de fraude maciça" nos votos por correspondência e possível adiamento das eleições presidenciais, marcadas para 03 de novembro.

"O voto por correio é privado, seguro e fornece acesso às urnas para milhões de eleitores", lê-se na declaração, que lembra o "orgulho" dos trabalhadores dos correios em "atender às necessidades de voto por correspondência há gerações, inclusive para militares no estrangeiro".

"Durante a pandemia, qualquer pessoa que acredite no direito de voto deve adotar entusiasticamente a votação por correspondência. Sem isso, a oportunidade de exercer com segurança o direito ao voto vai ser negada a dezenas de milhões de eleitores", declara o sindicato.

A organização sindical considera que a possibilidade de adiamento de eleições presidenciais -- levantada por Donald Trump numa publicação na rede social Twitter na passada quinta-feira -- representa um "ataque à Constituição dos EUA e aos direitos democráticos".

"A missão do Serviço Postal Público é unir a nação e fornecer serviço rápido, confiável e eficiente a todas as comunidades com preços uniformes e razoáveis", conclui a declaração, que reitera o compromisso "não com políticos ou partidos, mas com pessoas em toda as comunidades do país".

Na segunda-feira, o Serviço Postal norte-americano (USPS, na sigla em inglês) assegurou ter capacidade para processar o aumento do volume de trabalho que poderá ser provocado pelos votos por correspondência.

"O Serviço Postal tem ampla capacidade de ajustar a rede nacional de processamento e entrega para atender ao volume projetado de Eleições e Correio Político, incluindo qualquer volume adicional que possa resultar em resposta à pandemia do COVID-19", anunciou o USPS em comunicado.

O USPS está num processo de mudanças, depois de um memorando com propostas do novo responsável federal dos correios, Louis DeJoy, apoiante e antigo angariador de fundos de Donald Trump, que assumiu o novo cargo em junho.

Com uma situação financeira difícil, o USPS teve de aceitar reformas pedidas pelos políticos dos EUA para ter acesso a um empréstimo de 10 mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros), que foi anunciado pelo Departamento do Tesouro dos EUA em finais de julho.

Num comunicado à imprensa, o serviço USPS reconheceu "impactos temporários" no serviço, mas assegurou que o correio eleitoral não está a ser desacelerado: "usamos um processo robusto e comprovado para garantir o manuseio adequado de todo o correio eleitoral, consistente com os nossos padrões".

Na passada quinta-feira, na rede social Twitter, o Presidente norte-americano, Donald Trump, evocou, pela primeira vez, a possibilidade de adiar as eleições presidenciais de novembro, alegando a existência de riscos de fraude ligadas à pandemia de covid-19.

"Com o voto por correspondência [...] 2020 terá as eleições mais inexatas e fraudulentas da história", escreveu Trump na rede social Twitter.

"Será uma verdadeira vergonha para os Estados Unidos. Adiar as eleições até que as pessoas possam votar normalmente, com toda a segurança?", acrescentou.

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