Olavo Câmara pede escoamento dos produtos agrícolas
O parlamentar socialista diz que é preciso mais rendimentos para os agricultores
Olavo Câmara, deputado do Partido Socialista da Madeira à Assembleia da República, considera “urgente” uma solução do Governo Regional para garantir o escoamento dos produtos agrícolas e aumentar os rendimentos dos agricultores.
O parlamentar constatou ontem o problema, sobretudo no que se refere à produção de batata, designada de ‘semilha’.
“Ainda não houve uma resposta do Governo Regional no sentido de valorizar a produção e todo o trabalho dos vários agricultores”, afirma o socialista, acrescentando ser “difícil compreender” porque é que a ‘semilha’ é comprada ao agricultor a menos de 20 ou 30 cêntimos por kg e depois é vendida nos supermercados a mais de 1 euro.
“Todos os anos este cenário repete-se, as reuniões e as promessas aos agricultores repetem-se, mas uma solução para aumentar o escoamento dos produtos e os rendimentos dos produtores não acontece”, critica.
Referindo que ser agricultor é difícil, ainda mais na costa norte, Olavo Câmara adianta que a ‘semilha’ é uma das culturas que tem uma forte produção no Porto Moniz, São Vicente e Santana, pelo que, “não se percebe como é que ainda não se encontrou uma solução para o seu escoamento, para o aumento do valor pago ao agricultor e para o desenvolvimento do sector da transformação ligada aos derivados da batata”.
O deputado constata que este ano o problema é ainda mais grave e que os agricultores também são vítimas indirectas da diminuição do turismo na Região, pois com os restaurantes e hotéis fechados ou no seu mínimo, é cada vez mais difícil escoar os produtos e a preços justos.
“Ainda não ouvi uma palavra neste sentido. Já vi a
Secretaria Regional da Agricultura a fazer pulseiras e chapéus, mas nem uma
palavra para os produtores de semilha. Já vi a Secretaria Regional de
Agricultura fazer concursos públicos para colocar vários elementos do partido
que suporta o governo, que ocupavam cargos de nomeação política, mas nenhum
capaz de resolver o problema dos agricultores. Já vi estudos e planos
estratégicos para tudo, mas para a ‘semilha’ nenhum”, refere, salientando que por esta ser “uma cultura que não depende de nenhum ‘político
ou engenheiro do Governo’, ou de nenhuma empresa de consultoria ou
reflorestação, ainda não há solução”.
No seu entender, os agricultores precisam de uma solução para este ano atípico,
mas também de uma estratégia definida a longo prazo.