Países bálticos consideram Lukashenko 'persona non grata'
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, foi considerado pelos países bálticos 'persona non grata', figurando numa lista em que estão cerca de 30 pessoas acusadas de fraude eleitoral e da repressão de protestos pacíficos da oposição.
O Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, comunicou esta decisão, adoptada em consenso com os países vizinhos e que poderá entrar em vigor ainda no dia de hoje.
"Estamos a enviar a mensagem de que devemos fazer mais do que apenas publicar declarações, devemos também tomar medidas concretas", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Linas Linkevicius, à agência de notícias AFP.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Letónia, Edgars Rinkevics, confirmou a iniciativa pela sua conta no Twitter, onde referiu a existência da lista de 30 indivíduos declarados 'personas non gratas', incluindo o Presidente Lukashenko.
Segundo a agência de notícias AP, a lista inclui indivíduos do gabinete e da administração do Presidente bielorrusso, da comissão eleitoral, dos ministérios do Interior e da Justiça e do Ministério Público, entre outros.
Os países bálticos, membros da UE e da NATO, anunciaram as suas sanções como parte de um esforço coordenado para apoiar os protestos na vizinha Bielorrússia, que entram na sua quarta semana desde a eleição de 09 de Agosto.
Na sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) alcançaram um "acordo político" sobre a lista de indivíduos a serem sancionados pelas eleições fraudulentas e subsequente violência na Bielorrússia.
No final desta reunião dos chefes de diplomacia dos 27, o primeiro encontro presencial dos ministros desde Março passado, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, indicou que, alcançado o acordo político, o Conselho vai agora ultimar a lista, que "incluirá indivíduos ao mais alto nível político", e determinar a natureza específica das medidas restritivas.
Os países bálticos -- Lituânia, Letónia e Estónia - já haviam expressado a vontade de implementar sanções mais duras nesta reunião em Berlim.
Alexander Lukashenko, de 66 anos, dos quais 26 no poder na Bielorrússia, enfrenta um movimento de contestação inédito.
A crise foi desencadeada após as eleições de 09 de Agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziu o Presidente Lukashenko para um sexto mandato, com 80% dos votos.
A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.
Agência Lusa , 30 Agosto 2020 - 16:58
Os protestos têm sido reprimidos pelas forças de segurança, com milhares de pessoas detidas e centenas de feridos.
Jorge Freitas Sousa , 30 Agosto 2020 - 23:59