Nicolás Maduro anuncia semana de diálogo nacional sobre eleições legislativas
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou no domingo que vai iniciar uma semana de diálogo nacional, que terá como tema central as eleições legislativas previstas para o próximo 06 de dezembro.
"Esta será uma semana bem interessante de diálogo, de reconciliação e das garantias mais amplas para a vida política e as eleições de 06 de dezembro", disse Nicolás Maduro à televisão estatal venezuelana.
Nesse sentido, pediu todo o apoio dos venezuelanos para garantir, através do diálogo, a paz e a estabilidade do país.
"Apoio todas as medidas que nos levem a um reencontro. Estamos dano passos gigantes para um processo de participação e diálogo profundo", frisou.
Por outro lado, explicou que assumirá a responsabilidade plena pelas decisões que tome "com o propósito único de buscas novas páginas na história política do país".
Nicolás Maduro disse ainda apoiar os passos do Conselho Nacional Eleitoral "para ampliar as garantias e construir um clima de confiança" para as eleições legislativas".
O anúncio de um diálogo nacional tem lugar depois de na semana passada o líder opositor Juan Guaidó ter proposto reuniões a diferentes líderes opositores ao regime, com o objetivo de contribuírem com "visões" para um caminho comum.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres.
Em julho, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela suspendeu a direção do partido Vontade Popular (VP) e ordenou a sua reestruturação, elevando para três as organizações políticas da oposição alvo de medidas semelhantes desde meados de junho.
A 16 de junho o STJ suspendeu a direção de dois outros partidos da oposição, o Primeiro Justiça (PJ) e Ação Democrática (AD), ordenando que sejam reestruturados.
A decisão do STJ - considerado pela oposição como "o braço jurídico da ditadura" - foi classificada pelos opositores de Maduro como uma manobra de preparação "para uma nova farsa eleitoral", em que o regime decidirá quem preside os partidos nas próximas eleições legislativas, previstas para 6 de dezembro.
A 12 de junho último o STJ nomeou novas autoridades do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, uma semana depois de retirar os poderes da Assembleia Nacional para as eleger e depois de anunciar que assumiria o processo.