Togo torna-se no primeiro país de África a erradicar a doença do sono
O Togo tornou-se o primeiro país no continente africano a eliminar a doença do sono enquanto problema de saúde pública, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A doença do sono, também conhecida como "tripanossomíase humana africana", é causada por parasitas transmitidos pela mosca tsé-tsé. Ocorre em apenas 36 países da África subsaariana e, se não for tratada, é quase sempre fatal.
O Togo não comunicou quaisquer casos nos últimos 10 anos, e daí a validação pela OMS.
Este feito do Togo surge após mais de duas décadas de empenho político sustentado, vigilância e deteção de casos, de acordo com a agência das Nações Unidas.
"Graças aos esforços conjuntos de todos os envolvidos, a doença foi eliminada no Togo. Os países vizinhos não estão na mesma fase, pelo que a vigilância deve continuar a impedir o ressurgimento desta doença", afirmou a ministra togolesa da Saúde e Higiene Pública, Moustafa Mijiyawa, citada pela agência Efe.
O diretor da Organização Mundial de Saúde para o continente africano, Matshidiso Moeti, salientou que o país da África Ocidental "é pioneiro" na eliminação da doença do sono, que tem ameaçado milhões de africanos.
Em 1995, segundo a OMS, foram detetados cerca de 25.000 casos na África Subsaariana e estimava-se que cerca de 300.000 casos de infeção tinham passado despercebidos, para além de que 60 milhões de pessoas estavam em risco de infeção. Até 2019, foram detetados menos de 1.000 casos.
Nas fases avançadas, a doença ataca o sistema nervoso central, resultando em mudanças de personalidade, distúrbios biológicos do relógio biológico, confusão, distúrbios da fala, convulsões, e dificuldade em andar e falar.
Estes problemas podem evoluir ao longo de anos e o paciente morre se não for tratado.