Coronavírus Madeira

"Nós tivemos uma sorte louca"

O delegado de saúde do Porto Santo salvaguarda que ainda é preciso fazer mais testes. “Eu julgo que só daqui a 14 dias, se tudo correr bem, no mínimo, é que podemos dizer que o Porto Santo é livre outra vez"

None

“Nós tivemos uma sorte louca”, confessa o delegado de saúde do Porto Santo, dado o número de pessoas que tem visitado a ilha e sobretudo porque muitos dos visitantes vêm de zonas de transmissão activa. “Se me perguntassem em Junho se eu no fim de Agosto ia ter só três casos, ainda por cima com a avalanche de pessoas que o Porto Santo teve, eu ia dizer ‘Impossível, nós vamos ter mais’”. Depois da confirmação do caso de covid-19 da turista que passou férias no Porto Santo e dos três casos positivos na ilha entre os seus contactos próximos, os últimos seis testes realizados ontem foram todos negativos. No entanto isto não significa que o Porto Santo possa baixar a guarda, sublinhou Rogério Correia. “Eu julgo que o que se pode dizer é que a situação está a ser controlada e que os testes de ontem foram todos negativos, o que é um bom sinal.”

O médico recorda que mesmo as pessoas que testaram negativo podem ainda num próximo teste positivar, pode acontecer durante 14 dias após o último contacto com a pessoa infectada. “Durante estes 14 dias serão repetidos testes para verificar se positivam ou não, à semana, por exemplo. Se um deles positivar, começa uma nova investigação pelos contactos dessa pessoa”. Há também o caso de um doente se recordar de mais alguém com quem contactou e que deve ser também controlado, embora nesta fase, os principais já estejam todos testados.

No total foram testadas 17 pessoas no Porto Santo pelos três casos positivos que se encontram na ilha e pelo caso da doente que esteve de férias no Porto Santo já está em Lisboa. Dos 17, três, como referido, foram positivos, os outros 14 negativos. Os doentes com covid-19 estão em quarentena numa residência particular. Os 14 negativos continuam em vigilância activa, seis no Hotel Pestana Ilha Dourada, os restantes, de uma família, permanecem em casa, em isolamento. “Eu julgo que só daqui a 14 dias, se tudo correr bem, no mínimo, é que podemos dizer que o Porto Santo é livre outra vez. Porque para ser, é preciso que os doentes também se curem. Temos de fazer testes ao doente e ter dois negativos.”

O delegado de saúde assume que é difícil transmitir a imagem dos cuidados quando não há casos. “As pessoas não acreditavam porque o Porto Santo estava há muitos meses sem casos”, disse. “Foi um alerta importante, da pior forma, para as pessoas perceberem que é importante começar a tomar cuidados. Mas eu julgo que correu tudo até muito bem”.

Rogério Correia assume que o Porto Santo teve sorte, sorte porque só teve estes casos até agora, e sorte porque as pessoas em questão não passaram pelos aglomerados na ilha, zonas de risco. “Mas a sorte, como dizem os treinadores, trabalha-se e procura-se. A gente procurou a sorte e teve”, assumiu.

Fechar Menu