96 migrantes resgatados na Grécia em operação ainda em curso
A Guarda Costeira grega resgatou até agora 96 pessoas após o naufrágio de um barco com migrantes, numa operação de resgate que continua desde terça-feira à noite, perto da ilha de Rodes.
Segundo a Guarda Costeira helénica, por volta das 18 horas GMT (19 horas em Lisboa) de terça-feira as autoridades receberam uma chamada de emergência de um barco que transportava um número desconhecido de migrantes.
O incidente ocorreu a 21 milhas náuticas a oeste da pequena ilha de Halki, perto de Rodes, no arquipélago Dodecaneso.
A operação de busca está ainda em curso e envolve dois helicópteros militares, um navio da Marinha e cinco navios da Guarda Costeira, além de cinco embarcações civis que estão próximas do local.
Desconhece-se ainda qual o tipo de embarcação, bem como o total de pessoas que se encontravam a bordo e quais as respectivas nacionalidades.
De acordo com a imprensa local, as primeiras investigações sugerem que duas pessoas estão ainda desaparecidas.
Fontes da Guarda Costeira grega citadas pela imprensa apontam que, durante a operação, a Guarda Costeira turca obstruiu o resgate, alegando que o mesmo estava a ocorrer na zona de busca e salvamento da Turquia.
Segunda essas fontes, dois barcos da Guarda Costeira turca tentaram "cegar" com ponteiros laser o piloto de um helicóptero grego que resgatava um marinheiro ferido de um dos navios que estavam a auxiliar no resgate.
Entretanto, e sempre de acordo com as mesmas fontes, o outro barco ameaçou bater na embarcação da Guarda Costeira helénica.
As disputas entre a Grécia e a Turquia pela busca de hidrocarbonetos no Mediterrâneo oriental e as respectivas jurisdições marítimas estão a aquecer nas últimas semanas, após a assinatura entre Atenas e Cairo de um acordo que delimita as zonas económicas exclusivas de ambos os países, algo que a Turquia não reconhece.
Em resposta, a Turquia enviou um navio para exploração de petróleo e gás para uma área em que a Grécia considera estar sob sua jurisdição.
Milhares de pessoas continuam a tentar chegar clandestinamente às ilhas gregas a partir da costa turca, pagando a traficantes e contrabandistas para transportá-los em botes insufláveis sobrelotados e frequentemente impróprios para navegar ou noutro tipo de embarcações.