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Trump volta a advertir para possíveis fraudes no voto pelo correio

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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, hoje formalmente nomeado candidato dos republicanos às eleições norte-americanas de novembro, voltou a advertir, mas sem apresentar provas, para a possibilidade de fraudes se se insistir no voto por correio.

Discursando pela primeira vez na convenção republicana, que começou hoje os trabalhos e que abriu em Charlotte, no Estado da Carolina do Norte, Trump pediu aos eleitores para que tenham "cuidado, muito cuidado" com as irregularidades que possam cometer-se com o voto pelo correio, forma a que se terá de recorrer por causa da pandemia de covid-19.

Rodeado de bandeiras dos Estados Unidos, Trump foi recebido pelos 336 delegados presentes na sala de congressos de Charlotte com palmas e palavras de ordem como "mais quatro anos, mais quatro anos".

"Este é o maior golpe da história e refiro-me ao mundo, não apenas a nossa nação", afirmou Trump, que acusou os democratas de estarem a tentar "roubar" o triunfo aos republicanos.

"A única forma de os democratas nos roubarem isto [a Presidência dos Estados Unidos], é se a eleição estiver manipulada. Vamos ganhar estas eleições", referiu.

Trump empreendeu uma vasta campanha contra o voto por correspondência e, em junho, nomeou Louis DeJoy como diretor dos Serviços Postais dos Estados Unidos, um dos principais doadores da sua campanha em 2016, cujas mudanças que imprimiu nos correios estão a provocar atrasos na distribuição e entrega de cartas e encomendas, pelo que acabou por suspender essas medidas.

Hoje, ouvido na comissão de supervisão da Câmara dos Representantes norte-americana, DeJoy disse ter avisado os aliados de Trump que os repetidos ataques do Presidente norte-americano ao voto por correspondência "não ajudam".

DeJoy negou que as recentes mudanças nos correios estejam ligadas às presidenciais de novembro, sublinhando que não está empenhado em "sabotar eleições" e que ele próprio planeia votar nas eleições de 03 de novembro através do correio.

Os comentários de DeJoy surgiram após recusar os pedidos dos democratas para que restaurar as caixas de correio retiradas de serviço como parte das mudanças operacionais abrangentes nos serviços postais do país, apesar de queixas de que as alterações estão a provocar atrasos na distribuição em todo o país.

Apenas 336 dos 2.551 delegados inscritos na convenção republicana assistiram às declarações de Trump em Charlotte.

No discurso, Trump prometeu que, se for reeleito, vai contratar mais polícias, fortalecerá as Forças Armadas, nomeará mais juízes que se opõem à interrupção voluntária da gravidez e continuará com a política externa protecionista com agravamentos para os países que se "aproveitam" dos Estados Unidos, como a China, que voltou a responsabilizar pela pandemia.

Dois dos momentos que lhe trouxeram maiores aplausos aconteceu quando Trump prometeu, primeiro, que irá proteger os direitos dos norte-americanos ao porte de arma e, depois, quando, em referência aos democratas, avisou-os que os Estados Unidos "nunca serão um país socialista".

Na intervenção, Trump atacou em várias ocasiões o rival democrata nas presidenciais de novembro, Joe Biden.

O Presidente cessante norte-americano tem previsto intervenções em cada um dos quatro dias da convenção republicana, rompendo a tradição de o discurso ser apenas feito no último dia.

Trump fará quinta-feira o discurso de aceitação da nomeação com um discurso que irá pronunciar a partir da Casa Branca -- será transmitido em direto -, cenário que tem estado a criar várias críticas, dado que é suposto que os Presidentes norte-americanos não devem utilizar a residência oficial ou edifícios federais para atos de campanha.

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