Sobe para 15 o número de mortos e 75 feridos em duplo atentado nas Filipinas
Sete soldados, um polícia e seis civis, além da presumível bombista suicida
Pelo menos 15 pessoas morreram e outras 75 ficaram feridas hoje num atentado duplo na Ilha Jolo, reduto da organização 'jihadista' Abu Sayyaf, no sul das Filipinas.
Sete soldados, um polícia e seis civis, além da presumível bombista suicida -- ainda por identificar -- perderam a vida em duas explosões na mesma rua da cidade de Jolo, declarou o tenente-general Corleto Vinluan, à agência francesa France-Presse.
Quarenta e oito civis, 21 soldados e seis polícias também ficaram feridos.
A primeira explosão ocorreu perto de um supermercado quando uma bomba caseira presa a uma moto foi detonada, segundo a mesma fonte.
Um soldado viu uma pessoa a estacionar o veículo junto a essa mercearia "onde havia muita gente", particularmente militares, sublinhou por sua vez o tenente-coronel Ronaldo Mateo. O dispositivo explodiu quase imediatamente.
Enquanto a polícia tentava evacuar a zona, uma mulher fez-se explodir na mesma rua da primeira explosão.
Uma terceira bomba, que não chegou a explodir, foi encontrada num mercado da cidade de Jolo, que foi imediatamente isolada pelos militares e pela polícia.
Os atentados ainda não foram reivindicados, mas o exército responsabilizou um comandante do Abu Sayyaf, Mundi Sawadjaan.
Estes ataques ocorreram poucas semanas depois da prisão de um dos líderes da organização, Abduljihad Susukan, na ilha de Mindanao.
Desde então, as forças de segurança temiam ataques do Abu Sayyaf em retaliação. Susakan é acusado de 23 homicídios, cinco sequestros e seis tentativas de assassínio.
O porta-voz do Presidente filipino Rodrigo Duterte, Harry Roque, condenou os atos que classificou de "ataques vis".
"Pedimos aos moradores de Jolo que fiquem atentos e avisem as forças de segurança caso avistem pessoas com comportamento suspeito ou objetos abandonados na área", disse.
Os muçulmanos pegaram em armas na década de 1970 para exigir a autonomia ou independência do sul do arquipélago predominantemente muçulmano e a insurreição já provocou a morte de 150.000 pessoas.
O principal grupo rebelde, a Frente de Libertação Moro Islâmica, assinou um acordo de paz em 2014 com o Governo para conceder autonomia à minoria muçulmana em partes do Mindanao e nas ilhas do extremo sudoeste.
O processo de paz, que começou na década de 1990, não inclui todas as organizações islâmicas -- incluindo as que juraram fidelidade ao grupo extremista Estado Islâmico.
A ilha de Jolo, de maioria muçulmana, é o bastião do grupo islamita Abu Sayyaf, considerado uma organização terrorista por Washington.
O grupo dividiu-se em diversas fações, algumas das quais juraram lealdade ao Estado Islâmico.