Criado modelo de reconstrução de Palmira em 3D
Cinco anos após a destruição da histórica cidade síria pelas mãos do Estado Islâmico
Uma equipa de cientistas terminou há dois dias um modelo detalhado em 3D do templo de Palmira, na Síria, para facilitar a sua aguardada reconstrução, cinco anos depois de ter sido vandalizada pelo grupo Estado Islâmico.
De acordo com a SANA, agência oficial síria, cientistas do Instituto de História da Cultura Material da Academia de Ciências Russa completaram um modelo 3D detalhado de Palmira para facilitar a sua reconstrução e ajudar a sua preservação.
O atual diretor-geral de Antiguidades e Museus da Síria, Mahmoud Hammoud, assegurou à SANA que este trabalho faz parte de uma série de projetos em coordenação com o lado russo para preservar o património cultural sírio, incluindo o restauro de objetos arqueológicos e a renovação completa do Museu de Palmira.
Em 2015, o grupo jihadista do Estado Islâmico (EI), destruiu as milenares ruínas greco-romanas, que desde então aguardam por uma reconstrução, com a ameaça terrorista sempre à porta.
"A queda de Palmira, um dos locais que fazem parte do Património Mundial, teve um grande impacto no património arqueológico da Síria. Após a entrada do grupo terrorista conhecido como EI na cidade e a sua ocupação, o destino desta cidade histórica foi desviado para o desconhecido", disse Mamun Abdelkarim, antigo diretor-geral das Antiguidades e Museus da Síria de 2012 a 2017, à agência noticiosa espanhola Efe.
Após assumirem o controlo total em maio de 2015, os Jihadistas começaram a dinamitar os templos daquela cidade monumental, começando pelo templo Bal Shamin, a 23 de agosto desse ano, a que se seguiu o edifício principal do templo de Bel, uma semana mais tarde.
Os membros da EI destruíram diferentes partes do maior edifício de Palmira, que tem 2.000 anos, dedicado à divindade suprema babilónica e cujo telhado, agora desaparecido, estava originalmente coberto de ouro.
A UNESCO considerou este ato um "crime de guerra".
No início de 2016, os jihadistas foram expulsos por soldados sírios, apoiados pela força aérea russa, mas em dezembro voltaram a tomar posse de Palmira e intensificaram as destruições.
Foi em 02 de março de 2017 que as forças sírias apoiadas pelos russos retomaram definitivamente a cidade histórica, embora desde então tenha sido fortificada militarmente porque a ameaça do Estado islâmico continua a estar a cerca de dezenas de quilómetros da cidade.
"A nossa visão para o restauro desta cidade é seguir as normas internacionais sob a supervisão da UNESCO, do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, do Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauro de Bens Culturais e das autoridades nacionais sírias com outros parceiros estrangeiros, respeitando a identidade desta cidade, a sua originalidade e o seu correto restauro", explica Mamun Abdelkarim.