Alojamento local nos Açores prevê perdas de 80%
O presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores (ALA), Rui Correia, estima que as unidades na região venham a registar perdas de cerca de 80% em 2020 devido à pandemia de covid-19.
O dirigente declarou à agência Lusa que, apesar de só a partir da segunda quinzena de agosto haver dados concretos sobre as taxas de ocupação, através do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), "é muito provável que haja quebras perto ou acima dos 80% face ao mês de junho de 2019".
Segundo o Indicador de Turismo (IT) do Serviço Regional de Estatística dos Açores, as dormidas na hotelaria tradicional, no turismo no espaço rural e no alojamento local durante o mês de junho de 2020 terão ascendido a cerca de 10 mil.
De acordo com o IT dos Açores, desde meados de março a atividade do setor do turismo sofreu uma "forte quebra, situação que se manteve até ao final do mês de maio", mas durante o mês de junho, à semelhança do sucedido noutros setores de atividade, os alojamentos turísticos começaram a reabrir e alguns voos de ligação ao exterior foram retomados, estimando-se que "entre um terço e metade dos alojamentos turísticos estariam reabertos".
Rui Correia disse que as perspetivas "são desanimadoras".
Em maio, referiu, a associação previa perdas da ordem dos 70%, mas, "neste momento, e atendendo que as reservas deste verão poderão não ser suficientes, é expectável que se feche o ano com um cenário ainda pior, em que as perdas podem ficar próximas de 80%".
O responsável pela ALA recordou que no início da pandemia da covid-19 "já se perspetivava que a retoma nunca seria antes da Páscoa de 2021".
"Todavia, com o avançar do presente ano, e analisando os sinais que nos chegam do exterior, seja pela mudança de hábitos e exigências e receios da pessoas, seja pelas medidas adotadas nos países emissores dos nossos turistas, parece-nos que a lenta e demorada remota só começará no verão de 2021", admitiu.