Pandemia está a mudar e jovens são a nova ameaça
"Pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos estão cada vez mais na raiz da ameaça", afirmou o director da região do Pacífico Ocidental da OMS, Takeshi Kasai.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje para uma mudança detectada nas características do coronavírus que provoca a covid-19, referindo que as pessoas mais jovens estão cada vez mais na origem de surtos e contágios.
"A pandemia está a mudar. Pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos estão cada vez mais na raiz da ameaça", afirmou o director da região do Pacífico Ocidental da OMS, Takeshi Kasai.
"Na região da Ásia-Pacífico, a doença é actualmente disseminada por jovens que, às vezes, não sabem que estão infectados", disse o responsável, destacando que este papel dos jovens, especialmente daqueles que viajam nas férias, também foi detectado na Europa e, sobretudo, em Itália.
Esta semana, perante o aumento dos casos importados, a Itália decidiu exigir um teste ao novo coronavírus aos que entram no país vindos da Grécia, Croácia, Malta e Espanha e determinou o encerramento de discotecas e outros locais nocturnos frequentados sobretudo por jovens, além de obrigar ao uso de máscara entre as 18:00 e as 06:00.
Também no sudeste do Pacífico, as medidas de protecção contra o contágio foram aumentadas, como no caso da Coreia do Sul, onde as discotecas, bares de karaoke, cinemas e restaurantes de 'buffet' passaram a estar sujeitos a regras de controlo, como distanciamento, medição da temperatura e obrigatoriedade do uso de máscara, sob pena de serem encerrados.
Já na semana passada, o Governo espanhol e as autoridades regionais do país decidiram fechar discotecas, bares e salões de baile, como medida de contenção contra a pandemia.
As autoridades aprovaram também a proibição de fumar ao "ar livre como, por exemplo, em esplanadas" e sempre que não seja possível manter a distância de segurança de dois metros entre as pessoas, medida que já está em vigor em duas das 17 regiões autónomas espanholas.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (171.679) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 5,4 milhões).
Seguem-se Brasil (109.888 mortos, mais de 3,4 milhões de casos), México (57.774, mais de 531 mil infetados), Índia (52.888, mais de 2,7 milhões infetados) e Reino Unido (41.369 mortos, mais de 319 mil casos).
A Rússia, com 15.836 mortos, é o quarto país do mundo em número de infetados, depois de EUA, Brasil e Índia, com mais de 930 mil casos, seguindo-se a África do Sul, com mais de 589 mil casos e 11.982 mortos.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (41.381 mortos, mais de 322 mil casos), seguindo-se Itália (35.405 mortos, mais de 254 mil casos), França (30.451 mortos, mais de 331 mil casos) e Espanha (28.670 mortos, mais de 364 mil casos).
Portugal contabiliza 1.784 mortos em 54.448 casos de infecção.