Brasil autoriza testes de vacina desenvolvida pela Janssen-Cilag
O Governo brasileiro autorizou hoje a realização de testes no país de uma vacina contra o novo coronavírus, produzida pela farmacêutica Janssen-Cilag, do grupo Johnson & Johnson.
A autorização para a realização destes testes foi publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador, no Diário Oficial da União.
O ensaio clínico aprovado é um estudo de fase 3, randomizado, duplo cego, controlado por placebo, que deverá avaliar a eficácia e a segurança da vacina em desenvolvimento chamada Ad26.COV2.S pelos seus investigadores.
O estudo prevê a inclusão de até 60 mil voluntários, sendo sete mil no Brasil, distribuídos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte. O recrutamento dos voluntários é de responsabilidade dos centros que conduzem a pesquisa.
A Anvisa frisou que os dados que fundamentou a autorização "incluíram estudos não clínicos com a vacina e dados não clínicos e clínicos acumulados de outras vacinas que utilizam a mesma plataforma Ad26".
As fases 1 e 2 desta eventual vacina produzida pela farmacêutica Janssen-Cilag foram iniciados em julho, nos Estados Unidos da América e na Bélgica.
Este é o quarto estudo de vacina contra o novo coronavírus autorizado pela Anvisa no Brasil.
Desde junho, o país participa do programa de testes de um imunizante contra a covid-19 desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca.
O Instituto Butantan, organização científica vinculada ao Governo regional de São Paulo, firmou uma parceria com o laboratório chinês Sinovac para testar outra vacina, batizada de Coronavac, a partir de julho, num acordo que inclui também a transferência de tecnologia e produção do medicamento caso a sua eficácia seja comprovada.
Também estão em testes no país duas opções de vacina desenvolvidas pelas empresas BioNTech e Pfizer.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 3,3 milhões de casos e 108.536 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.