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Austrália assina acordo para obter vacina e promete distribuição grátis

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A Austrália chegou a acordo com o grupo farmacêutico sueco-britânico AstraZeneca para obter a vacina que está a ser desenvolvida com a Universidade de Oxford, anunciou hoje o primeiro-ministro, garantindo que será fabricada e distribuída gratuitamente.

"A 'vacina Oxford' é uma das mais avançadas e promissoras do mundo e, com este acordo, garantimos a disponibilidade antecipada para todos os australianos", afirmou o primeiro-ministro australiano Scott Morrison.

"Se esta vacina se mostrar eficaz, iremos fabricar e entregar vacinas imediatamente, sem a ajuda de ninguém, e torná-las gratuitas para os 25 milhões de australianos", assegurou.

A "vacina Oxford" é uma das cinco vacinas atualmente no nível três de testes, ou seja, no penúltimo do processo, sendo que os investigadores esperam ter resultados até ao final do ano.

Este é o primeiro acordo do género assinado pela Austrália, embora o primeiro-ministro tenha adiantado que o Governo também está a discutir com "outros interlocutores no mundo" sobre potenciais vacinas e a apoiar os esforços dos cientistas locais.

No entanto, o país ainda não assinou um acordo final com a AstraZeneca sobre o preço da vacina e não foi escolhido nenhum fabricante local.

A Austrália já assinou um acordo de 25 milhões de dólares australianos (15,2 milhões de euros) com a empresa norte-americana de equipamentos médicos Becton Dickinson para o fornecimento de 100 milhões de seringas e agulhas, que serão usadas para administrar as doses de vacinas.

Nenhuma vacina contra o coronavírus que provoca a covid-19 se mostrou ainda eficaz em ensaios clínicos, mas já foram encomendadas pelo menos 5,7 mil milhões de doses em todo o mundo.

Cinco vacinas - três de países ocidentais, incluindo a "Oxford" e duas da China - estão na fase três dos testes, estando a ser aplicadas em milhares de pessoas.

A AstraZeneca também chegou a acordo com os Estados Unidos, a Europa e o Brasil, e o ministro da Saúde da Grécia manifestou hoje a esperança de receber em dezembro as primeiras doses da vacina, na sequência de um acordo entre a União Europeia e a indústria farmacêutica.

A Comissão Europeia anunciou na sexta-feira ter chegado a acordo com o grupo farmacêutico para adquirir uma potencial vacina contra a covid-19.

A Comissão afirmou que, "assim que a vacina se revelar segura e eficaz", comprará 300 milhões de doses, tendo ainda "opção de compra de mais 100 milhões para os Estados-membros".

O primeiro-ministro australiano também garantiu hoje que o país mantém a promessa de dar acesso rápido à futura vacina aos países do Pacífico e aos seus parceiros regionais no sudeste asiático.

Recentemente, Scott Morrison pediu a todos os países que partilhassem a futura vacina, afirmando acreditar que qualquer país que descubra uma vacina eficaz e não a partilhe "será muito mal avaliado pela História".

A Austrália foi considerada um dos países mais bem-sucedidos no controlo da epidemia, até que um surto no estado de Victoria alterou essa imagem.

As autoridades ordenaram um recolher obrigatório noturno e o encerramento de empresas não essenciais até, pelo menos, 13 de setembro em Melbourne, a segunda maior cidade do país.

O número total de casos de covid-19 na Austrália desde o início da pandemia é de 24.000, incluindo 438 mortes, numa população que atinge os 25 milhões de pessoas.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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