Venezuela decreta "quarentena radical"
País regista há seis dias consecutivos mais de mil casos diários
A Venezuela voltou hoje à quarentena estrita, depois de registar, durante seis dias consecutivos, mais de 1.000 casos diários de covid-19.
"Começa uma nova fase de quarentena 'radical' [estrita], consciente, coletiva e voluntária, que durará sete dias", anunciou o Presidente da Venezuela.
Nicolás Maduro falava durante uma intervenção transmitida pela televisão estatal venezuelana, durante a qual precisou que entre 17 e 23 de agosto a quarentena será ainda "mais radical" em sete das 25 regiões administrativa do país, as que registam mais casos confirmados de pacientes infetados (no distrito capital, Bolívar, Miranda, Sucre, Táchira, Vargas e Zúlia).
Segundo a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, a Venezuela registou no domingo 1.148 novos casos de coronavírus, que elevaram para 33.755 o número de casos confirmados no país.
Destes, 1.097 são de transmissão comunitária e 51 importados (49 da Colômbia e dois do Peru).
Além disso, cinco pessoas morreram, elevando para 281 o número de mortes provocadas pelo novo coronavírus.
Desde o início da pandemia, 22.700 pessoas recuperaram da doença.
Com 399 casos confirmados, Caracas foi a região do país que registou mais infeções nas últimas 24 horas, seguindo-se La Guaira (197), Miranda (168), Nova Esparta (136) e Zúlia (60).
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
A atividade económica é limitada e apenas está permitida a comercialização de produtos básicos essenciais, em horário reduzido.
Os voos nacionais e internacionais foram restringidos até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 766 mil mortos e infetou mais de 21,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.