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Mais 15 pessoas condenadas na Venezuela por tentativa de derrube de Maduro

Em causa, a participação em frustrada invasão marítima

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O Ministério Público (MP) da Venezuela anunciou na sexta-feira que mais 15 pessoas foram condenadas a 24 anos de prisão, por participar na frustrada "invasão marítima" do passado mês de maio que visava derrubar o Presidente do país.

O anúncio foi feito pelo procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Tarek William Saab, que no dia 07 tinha revelado que dois cidadãos norte-americanos foram condenados a mais de 20 anos de prisão.

"Todas os 17 envolvidos admitiram a sua participação na autodenominada Operação Gedeón", disse Tarek William Saab, em Caracas, precisando que o julgamento decorreu entre 07 e 12 de agosto.

Todos os condenados, dois norte-americanos e 15 venezuelanos, foram acusados dos delitos de terrorismo, rebelião e conspiração, associação para comer delito e tráfico ilícito de armas de guerra. Os venezuelanos foram igualmente acusados de "conspiração com Governo estrangeiro", nomeadamente os Estados Unidos e a Colômbia.

Segundo Tarek William Saab, 82 pessoas foram detidas, entre militares ativos e desertores, civis e financiadores da operação.

Entre os acusados estão dois antigos soldados norte-americanos, Luke Denman e Airan Berry, que em 07 de agosto foram condenados a 20 anos, sete meses e nove dias de prisão, depois de terem admitido os factos.

Segundo o procurador-geral, foram realizadas 25 rusgas e emitidos 104 mandados de detenção, 53 dos quais não foram executados porque os acusados estão em fuga.

Entre os atuais condenados está Cosme Rafael Alcalá, sobrinho do antigo general venezuelano Clíver Alcalá Cordones, a quem as autoridades venezuelanas atribuem o planeamento dos ataques e de estar envolvido no tráfico de droga.

Cordones foi um colaborador próximo de Hugo Chavéz, ex-Presidente venezuelano, que morreu em 2013, tendo-se distanciado de Nicolás Maduro, no poder desde a morte de Chavéz.

A frustrada invasão ocorreu desde o mar, a partir de Macuto e de Chuao, nos estados venezuelanos de La Guaira e Arágua, nos dias 03 e 04 de maio.

O Governo venezuelano comparou a frustrada invasão marítima da Venezuela à tentativa de invasão da "Baía dos Porcos", em Cuba, em 1961.

Para o procurador-geral, o propósito da invasão era sequestrar e derrubar o Presidente do país, Nicolás Maduro, e a operação foi planificada em território norte-americano por mercenários treinados na Colômbia e dirigidos pelo segurança norte-americano Jordan Goudreau, que os contratou, "sendo autorizada e financiada pelo opositor (venezuelano) Juan Guaidó e seus delegados, Juan José Rendón e Sérgio Vergara".

Em 20 de maio, o líder opositor, Juan Guaidó, acusou o regime venezuelano de ter financiado a frustrada invasão marítima "para usá-la como propaganda, para vitimizar-se a nível internacional, e acusar novamente a alternativa democrática, para continuar a perseguir a oposição".

Segundo Guaidó, o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Diosdado Cabello, tinha dito à televisão venezuelana que a operação "não apenas foi infiltrada, mas financiada pela ditadura".

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