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Ministra rejeita que exportações do Brasil sejam afectadas por vírus em frango

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A ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina, afirmou hoje não acreditar que a deteção de uma amostra do novo coronavírus em frango exportado do país vá afetar as exportações, mas reconheceu que a imagem do Brasil pode ser afetada.

Em declarações ao jornal Folha de S.Paulo, a governante indicou que a sua tutela já entrou em contacto com o executivo chinês e aguarda agora a posição de Pequim, assim como informações sobre o tipo de teste realizado e o protocolo adotado.

"É claro que não é bom para a imagem de ninguém, agora acho que isso não afeta [as exportações brasileiras], porque nós temos confiança nos nossos serviços e nas empresas que estão a cumprir um protocolo rígido, cuidando da segurança dos funcionários", disse Tereza Cristina.

Segundo a ministra, a deteção ocorreu apenas numa única embalagem do produto, sendo que as demais testaram negativo.

"Já houve plantas [produtos agrícolas] no Brasil que foram suspensas e já voltaram. Já houve plantas na Argentina que foram suspeitas e voltaram. Não por causa do alimento. Não existe comprovação científica em lugar nenhum do mundo de que você tem contaminação em alimentos. Então, é um assunto que vamos lidar até a pandemia acabar", acrescentou a responsável pela tutela da Agricultura.

A China é o principal destino das exportações brasileiras, representando mais de 27% das vendas do Brasil ao exterior, uma fatia mais de duas vezes superior à do segundo maior mercado, os Estados Unidos da América.

Traços do novo coronavírus foram encontrados em asas de frango importadas do Brasil, na cidade de Shenzhen, no sul da China, noticiou hoje um jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC).

Os traços foram detetados na superfície de uma amostra, após a realização de testes de ácido nucleico, indicou o jornal em língua inglesa Global Times, que citou o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Shenzhen, cidade adjacente a Hong Kong.

Todo o pessoal das alfândegas que entrou em contacto com as asas de frango oriundas do Brasil foi submetido a testes, que deram negativo, acrescentou o jornal.

Os lotes do produto contaminado que tinham sido já comercializados foram, entretanto, encontrados e confiscados pelas autoridades.

Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que as pessoas "não devem recear a comida ou as embalagens de comida" como fontes de contágio de covid-19, apesar de vestígios do novo coronavírus terem sido encontrados nas asas de frango.

"Não há provas de que os alimentos ou a cadeia alimentar estejam a participar na transmissão deste vírus", salientou o diretor executivo do programa de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan.

A principal responsável técnica da OMS no combate à covid-19, Maria van Kerkhove, esclareceu que a China "testou cerca de cem mil embalagens" de comida à procura do novo coronavírus, mas que só o encontrou em "menos de 10".

Michael Ryan ressalvou que é importante "não descartar provas científicas", mas que é "igualmente importante que as pessoas possam continuar a viver sem medo".

O Brasil totaliza 104.201 óbitos e 3.164.785 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, sendo o segundo país mais atingido pela doença no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

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